Do MIGALHAS:
Na "conversa" de ontem do Secretário do Tesouro dos EUA na FGV/SP, na atual viagem pelo Brasil, as informações foram, digamos, "burocráticas" da parte do principal artífice da política econômica de Obama. Vejamos alguns pontos :
1- A agenda interna dos EUA é a prioridade do governo Obama neste momento. Portanto, as questões internacionais não diretamente relacionadas com a política econômica do governo americano estão "congeladas";
2- A proposta francesa de "estabilização dos preços das commodities" é difícil de ser executada. O governo americano persiste "interessado" em saber mais sobre tais propostas. Leia-se : a proposta não deverá ser incorporada pelos EUA apesar de o Secretário não ter falado, em momento algum, sobre um tipo de alinhamento com a posição brasileira em relação ao assunto.
3- A política de Obama é ter um equilíbrio entre o "mercado" e o papel do Estado no controle dos agentes. Ou seja, acabou-se o tempo em que a regulação do mercado era matéria demoníaca para o governo dos EUA.
4- A relação entre as taxas de câmbio no mundo é importante para a recuperação da economia norte-americana. Por sua vez, interessa ao mundo que os EUA cresçam. De toda a forma, as falas de Geithner deixaram transparecer um certo cuidado na preparação da viagem de Barack Obama ao Brasil daqui a cerca de dois meses. Ponto positivo para o país e uma região que sempre foi desprezada pela diplomacia americana.
Geithner incomoda apenas Meirelles
O ex-BC Henrique Meirelles foi o mediador da "conversa" na FGV/SP de Geithner com a comunidade acadêmica. Inicialmente, Meirelles murmurou um "not yet" para negar que exercia o cargo de "Autoridade Pública Olímpica (APO)". Parece ter gostado, contudo, que sua apresentação perante à plateia incluísse este cargo (não assumido). Ao final da "conversa", Timothy Geithner afirmou que a valorização do Real perante às principais moedas se "devia a uma taxa de juros que parece excessivamente elevada". Nesse momento, Meirelles saiu de seu papel de mediador e argumentou que "a taxa de juros só pode cair se a política fiscal for mais apertada". Claramente saiu em defesa própria. Não houve nenhum comentário adicional de Geithner sobre o assunto.
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