segunda-feira, 19 de abril de 2010
Intervalo de aula também é educação
A Folha de SPaulo de hoje publica (página C6) uma excelente matéria a respeito das ações educativas que algumas escolas começam a adotar no intervalo (recreio) entre aulas. O objetivo explícito é transformar o recreio em momento de aprendizagem. A iniciativa é mais que louvável, em especial, porque enfrenta o bullying que acomete principamente alunos na passagem da infância para a adolescência (ao redor dos 10 anos de idade). Sabemos que é exatamente no recreio que ameaças e humilhações se multiplicam entre os grupos de alunos. Cantos de leitura e jogos de tabuleiro são citados na matéria. Seria importante criarem salas de entretenimento para adolescentes, espaços para música e dança, criação de ONG Jovem dentro da escola (para estimular ações sociais no município).
Agora, só falta acabarem com o famigerado "para casa" (ou tarefa, ou lição de casa, dependendo do Estado). Não há mais sentido fazer pais passarem por humilhação com estes exercícios de fixação que alunos levam para seus pais - exaustos - "ajudarem". Já temos várias pesquisas que revelam que pais sem histórico escolar amplo não sabem o que fazer. E os que sabem, estão tão esgotados que, não raro, fazem pelos filhos. Seria até questionável a repetição e reforço (típico exercício de reflexo condicionado) do ponto de vista pedagógico. Mas se insistem neste expediente, que façam na própria escola.
Mas já é um avanço pensarem o intervalo de aulas como espaço de aprendizagem. Aliás, que o Conselho Nacional de Educação comece a computar este horário, a partir desta experiência, como espaço de ensino, deduzindo das 800 horas exigidas pela LDB. Contabilidade necessária para aumentar tempo de trabalho coletivo ou descanso de professores.
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