sábado, 10 de abril de 2010

Alice Liddell


Acabo de ler o livro "Eu sou Alice", escrito por Melanie Benjamin (editora Planeta) que narra, em forma de ficção a história real de Alice Liddell, a menina que aos 7 anos inspirou o professor de matemática de Oxford, Charles Dodgson, a criar a história de Alice no País das Maravilhas. Dodgson escrevia sob o pseudônimo de Lewis Carroll. Misturando ficção e realidade, o livro traça o drama da menina que teria sido vítima de acusação de caso de pedofilia com Dodgson e da personagem que a perseguiu ao longo da vida. Há uma interpretação da obra de Lewis Carroll como sendo uma fina crítica a Era Vitoriana, com suas falsidades e castas. O interessante é o drama de pessoas reais que inspiram personagens da literatura e que acabam por ter que responder às expectativas dos leitores. O livro cita, de passagem, o encontro, nos EUA, de Alice Liddell, com 80 anos, com Peter Lleweliyn-Davies, que inspirou a criação do personagem Peter Pan. Peter, poucos anos deipois, cometeu suicídio.
O livro poderia ter seguido a lição de Hemingway, que sugeria cortar o final de um conto para estimular a imaginação e relação do leitor com o que escrevia. A autora alonga em demasia a parte final do livro. Mas é instigante.

Um comentário:

Marcos Vinicius Gomes disse...

"Alice no país das maravilhas' é imortal tanto por seu vigor, quanto pela atmosfera nebulosa que ronda o autor e a inspiradora do livro. Este tema tem sido discutido com certa frequência, justo agora na época de caça a pedófilos e congêneres. Seria o autor um deles? Difícil sabermos...