A nota abaixo, relativa ao debate sobre nosso sistema de avaliação realizado em Foz do Iguaçu, dá um bom pano de fundo para discutirmos o tema. O IDEB é absolutamente insuficiente para avaliar o desempenho dos alunos. Fiquei satisfeito em outros convidados citarem auditorias e análises mais abrangentes, envolvendo a própria escola, as comunidades e família. Fico realmente entristecido em ver Pilar defendendo o IDEB. Óbvio que é papel por ser governo. Mas ela era mais independente quando dirigia o CAPE em Belo Horizonte. Mais crítica. Menos chapa branca.
O IDEB não consegue avaliar o que ocorre para um aluno não aprender algo. Só registra o que não sabe a partir de critérios de avaliação classificatória, assim denominada por partir de um patamar (ou perfil de aluno) pré-determinado. Se baseia no currículo prescritivo, como uma receita pré-elaborada, que independe do diagnóstico preciso de cada pessoa. Como espero um determinado patamar a ser atingido, não entendo como o aluno pensou, mas apenas se atingiu ou não o patamar. Ora, o professor ao receber este resultado matemático (do ranking) não sabe o que fazer porque não sabe os motivos do erro do aluno (ou suas dificuldades). Isto porque trabalha-se com o sintoma e não a causa.
Algo que se aproxima das terapias não freudianas da psicologia que tratam do sintoma de um TOC e não sua causa. O paciente acaba com a piscadela nervosa do olho esquerda, mas acaba desenvolvendo TOC com a mão direita, justamente porque a causa não foi enfrentada. Pilar tem conhecimento sobre isto, mas se entrega à cartilha dos anos 90 do Banco Mundial, que orientava para este tipo de adoção de sistemas de avaliação quantitativos. Há uma literatura farta a respeito, sobre educação e avaliação qualitativa ou avaliação formativa (não classificatória), que segue o processo de desenvolvimeto peculiar (como se faz na psicologia e medicina) do aluno. Por que o MEC tergiversa? Por qual motivo não respeita professores e pais e abre o jogo sobre os motivos desta avaliação insuficiente e em parte inadequada?
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