domingo, 11 de abril de 2010

Alencastro, Serra e Dilma


O historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro faz importante análise sobre as eleições de outubro no Valor Econômico. Avalia que se Dilma vencer, fortalecerá em demasia o PMDB, tendo Michel Temer como eventual vice-presidente de Dilma Rousseff, podendo comprometer o poder da presidente. Já Serra Presidente teria dificuldades para formular uma proposta que se diferencie de políticas que se mostraram bem-sucedidas no governo Lula. Alecastro se pergunta: "e se Serra for um blefe?". Sugere, ainda, que o PSDB pode ficar circunscrito a São Paulo, enquanto a direita passa por um processo de radicalização semelhante ao dos republicanos nos Estados Unidos (Alencastro lembra que Serra não é o candidato que a direita brasileira gostaria de ter, com trânsito em parte da esquerda e meio estatizante). Aliás, a dificuldade do PSDB resistir a mais 4 anos como oposição é tema que envolve muitos jornalistas, incluindo Noblat.
Sobre Serra, comento, do seu discurso de ontem, apenas uma passagem. Ele afirma que o lulismo divide o país em norte-nordeste e sul. Mas este parece mais um discurso que inverte o real: a diferença existe. Alguém duvida que o lulismo se esforça para tirar o centro-sul dos tucanos? E o pior é que a grande imprensa confunde discurso com realidade. Em relação à Aécio, destaco que ele atacou o PT (como sempre), mas não o lulismo. Continua mineiro e Neves: enigmático. Aposto que vai tocando o barco, mas não apoiará para valer a candidatura de Serra. Ficará no limite para continuar mandanto em sua Sesmaria.

Um comentário:

Anônimo disse...

Rudá, não sei se estou ficando completamente louco, mas, acredito que essa será a última eleição em que haverá uma polarização entre PSDB/PT. Não vejo muitas possibilidades de sobrevivência do PSDB ganhando ou perdendo as próximas eleições. Acompanhado pelo Twitter, o discurso de uma turma que apóia Serra, podemos pensar em duas hipóteses: ou não sabem quem apóiam ou o tucano fez uma conversão à direita - e nesse caso - fundamentalista. Como não acredito nessa possibilidade, arrisco dizer, que em caso de vitória de Serra e da verificação que ele, não fará o governo de direita que essa ala do partido espera, haverá uma dissidência no partido. Em caso de derrota, essa ala pulará do barco mais cedo e fundará um partido de direta grande, que atraíra membros de outros partidos e que será forte o suficiente para disputar as eleições em 2014.