quarta-feira, 4 de novembro de 2009

IPEA debate desenvolvimentismo


A Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), promoveu na quarta-feira, dia 28, o seminário “Evolução e Estado Atual do Pensamento Desenvolvimentista no Brasil“, que teve como palestrante Ricardo Bielschowsky, economista da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bielschowsky propôs a agenda de uma nova estratégia de desenvolvimento para o Brasil, que abordaria os seguintes pontos:
1) dinâmica do crescimento (ritmo e composição setorial do investimento, adoção de novas tecnologias);
2) combinação entre mercados interno e externo e inserção internacional;
3) mercado de trabalho;
4) perfis distributivos e de consumo;
5) agentes do investimento;
6) financiamento;
7) questões ambientais e desenvolvimento de territórios.

Para ele, houve uma mudança significativa na forma de desenvolvimento do Brasil, pois antes se fazia crescimento com concentração de renda e, atualmente, isto é feito com redistribuição de renda. Esta redistribuição acontece via consumo das massas, que faz com que a roda da economia gire.
Em complemento a isso, Bielschowsky afirma que há em discussão no Brasil sete grupos de formulações sobre desenvolvimentismo, que passam por pontos essenciais como reforma, crescimento com redistribuição, inovação e competitividade, infraestrutura, integração territorial, combate à pobreza e à concentração de renda e sustentabilidade da natureza.
O economista ressaltou ainda que há no Brasil duas correntes desenvolvimentistas principais, a ortodoxa e a heterodoxa, não existindo ainda um projeto ideologicamente hegemônico. Observou também que nas últimas décadas a discussão sobre o futuro foi dominada pela pergunta sobre como dar sustentação macroeconômica para um novo ciclo de crescimento a longo prazo. Assim, o debate sobre as questões do desenvolvimento (padrões e estratégias) começou a ser mais sistemático, até a crise atual. A agenda proposta deve incluir avanços em muitos outros campos: democracia substantiva (cidadania), segurança do indivíduo, diversidade cultural, preservação ambiental, harmonia territorial, dentre outros.

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