sábado, 21 de novembro de 2009

A disputa petista em Minas na Folha de hoje


O painel da Folha da edição de hoje quase anuncia a vitória de Reginaldo-Fernando Pimentel na PED (eleição interna para as direções petistas) de amanhã, em MG. Vai até mais longe e afirma que Patrus já estaria se preparando para ser candidato a senador.
Acho que o jornalismo tem que arriscar, mas não existe dado algum para se afirmar, às vésperas da PED, algo do gênero. Explico: não existem pesquisas de opinião confiáveis a respeito. Neste caso, a conclusão parte de opiniões de lideranças em disputa. Não existe uma viva alma na academia que tenha condições de fazer previsões objetivas. Os que fazem, estão até o pescoço envolvidos diretamente na disputa. Não falam como acadêmicos, mas como militantes, mesmo que a postura seja outra.
Há, de fato, como já citei neste blog, sinais trocados a respeito da PED de amanhã em MG. Mas a Folha, ao noticiar uma previsão e dar sequência em relação ao futuro de Patrus e Pimentel, faz política. Longe de ser notícia.
Acredito que este problema tem origem em duas situações graves que afetam o jornalismo da área política. A primeira, diz respeito ao ritmo frenético do jornalismo atual, em que um furo é a notícia. O tempo é curto e a noção de presente e passado quase que se diluiu na imprensa. A segunda situação é ainda mais grave e foi dita para mim, um dia, por Fernando Mitre, da Bandeirantes: os jornalistas têm uma impressão equivocada de poder. Falam com lideranças e suas informações repercutem de tal forma que imaginam que são o centro do jogo político. Mas não são. O que quero afirmar é que esta escalação política é temerária e é uma apelação jornalística. Sei que não se faz deliberadamente. Mas é necessário, como um psicanalista, que os jornalistas se preparem mais para controlar sua pulsão. Principalmente quando trata de política, porque confundem o público com o privado. Algo que eles mesmos criticam tanto.

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