quinta-feira, 11 de junho de 2009

Política educacional: PT X PSDB?


Em termos de políticas sociais, já se foi o tempo em que petistas e tucanos se diferenciavam radicalmente. O "modo petista de governar" já é peça de análise histórica. Na área educacional a diluição é ainda mais acentuada. Na comparação entre Fernando Haddad e Paulo Renato, os últimos tempos revelam que os dois andam na mesma direção. E pelo mesmo trilho. Haddad procura unificar o vestibular através do ENEM. Este era o sonho de Paulo Renato, confessado em várias reuniões internas. Haddad sustenta que o currículo de ensino médio deve superar as disciplinas, organizando-se por áreas. É o mesmo que foi registrado nos PCNs do Ensino Médio, elaborados pela equipe de Paulo Renato. Mas aí começam as diferenças. Nos governos estaduais e municipais, não há correspondência interna das políticas educacionais, em prefeitos e governadores do mesmo partido. Arriscaria dizer que petistas caminharam, na área educacional, para o lado dos tucanos. Perderam, em sua maioria, a ousadia e inovação. Por seu turno, basta comparar a gestão educacional paulista e mineira para perceber diferenças profundas. Os paulistas são mais técnicos e os mineiros são evidentemente marketeiros.
Algo ocorreu nos últimos dez anos. Possivelmente, as mudanças curriculares e de orientação pedagógica dos anos 90 exigiram mudanças administrativas que custariam mais verbas, que não vieram. O ataque frontal ao sistema de ciclos, pela imprensa cada vez menos técnica e mais impressionista, também diminuiu o ímpeto inovador. A polarização PTXPSDB também diminuiu o espaço para o risco. Uma situação é ser mais um num sistema partidário muito competitivo. A outra é ser um dos pólos de um sistema partidário bipolar. Os espaços diminuem porque um pequeno erro aumenta a distância entre aqueles que até agora estavam polarizados.

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