domingo, 21 de junho de 2009

Lô Borges, Olívia Byington e Simonal


Eu e Clau fomos ao parque municipal de BH, hoje, pela manhã, para assistir um show de Lô Borges e Olívia Byington (na foto). Lô Borges tem ainda uma força impressionante. E Olívia tem um carisma raro, porque é muito delicada. Chegou a cantar um trecho das Bachianas, de Villa-Lobos. Cantou música sertaneja (em homenagem ao seu primeiro filho, João, que adora música sertaneja).
Chego em casa e leio o Mais! que revela que Simonal era realmente informante do regime militar. Fiquei matutando. Comparei a postura pública dos dois que havia assistido pela manhã com a de Simonal. Nada passa impune na vida de uma pessoa. Em algum momento, suas posturas públicas emergem e cobram o preço. Lô Borges é claramente uma geração influenciada pelos Beatles. Olívia é mais clássica, mais intimista. Simonal, por sua vez, liderou (com Carlos Imperial) um estilo que denominava de pilantragem (uma espécie de ginga, de swing).
Mas, o que me incomoda mais é perceber como a verdade é efêmera. Como podemos estar equivocados e ser objeto de inúmeros sentimentos contraditórios em relação ao mesmo tema ou situação. Desde que entrou em cartaz "Ninguém Sabe o Duro que Dei", inúmeras versões pipocaram sobre a relação de Simonal com os aparelhos de repressão política. O argumento mais forte é que se fosse colaborador, não teria sido abandonado pela ditadura. Mas o Mais! indica que era colaborador. Não cita nenhum caso concreto de delação que tenha gerado algum dano objetivo (embora cite que ele teria delatado a irmã de Carlito Maia, que já estava no exílio). Um pé de chinelo da ditadura? Um equívoco ambulante?

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