sábado, 13 de junho de 2009

Irã e Coréia


A situação esquenta no oriente. Segundo a agência estatal KCNA, o governo norte-coreano de Kim Jong-il "responderá de forma militar" se os Estados Unidos e outros países realizarem um "bloqueio" de seus navios. Tal decisão é o lance mais ousado após aprovação da resolução do Conselho de Segurança da ONU que amplia o embargo de armas e o bloqueio de ativos norte-coreanos, e autoriza a inspeção de navios e aviões suspeitos de transportar mísseis ou armamento nuclear para Pyongyang. Faltou diplomacia à ONU. Bloquear Cuba é ainda fácil. Mas país que possui bomba nuclear...
A história fica mais complicada com a reeleição do iraniano Mahmoud Ahmadinejad, logo no primeiro turno, com 64,78% dos votos. Ahmadinejad rejeitou recentemente o pedido para paralisar seu programa nuclear. Negou, ainda, que o teste nuclear norte-coreano tenha relação com o lançamento de um míssil Sejil 2, de tecnologia avançada com alcance de até 2.000 quilômetros e capaz de atingir Israel e as bases americanas no golfo Pérsico.
Os dois governos não possuem absolutamente nada de esquerda, embora os maniqueístas considerem que aqueles que são contrários ao mundo capitalista sejam de esquerda por tabela. Ao contrário, possuem traços totalitários, marcados pelo personalismo e idolatria, com forte apelo xenófobo. A melhor política seria a distenção dos EUA com o mundo palestino, porque diminuiria o apelo regional ao ultra-nacionalismo. Obama, enfim, acerta em sua política externa. O Brasil, neste caso, tem muito pouco a fazer, a não ser intimidar Chávez a continuar se aproximando de Ahmadinejad. Aliás, os EUA e ONU deveriam seguir a orientação que a diplomacia brasileira adotou com o governo venezuelano: ao invés de confronto direto, um gradativo enquadramento do ímpeto beligerante. É menos espetacular que uma guerra, mas mais eficiente.

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