sábado, 27 de junho de 2009

PT: a volta da geração anos 80


As eleições do próximo ano geram muita movimentação nos bastidores do PT. E não apenas em função do fenômeno Dilma e da nova configuração pautada pelo lulismo. Trava-se a articulação, nos bastidores, de uma luta interna, que será pouco percebida pelo eleitor: a luta entre a "geração 80" e "geração 90" do PT.
A geração 80 é aquela que criou o "modo petista de governar" e que era comandada pela moral e princípios da Teologia da Libertação e teorias libertárias, anti-soviéticas, de intelectuais paulistas e cariocas. A participação da base social na definição dos rumos partidários, a desconfiança dos acordos de cúpula, a inversão de prioridades em investimentos públicos, a transparência, a intransigência moral, eram algumas de suas marcas.
A geração 90 foi marcada por ex-militantes de organizações de esquerda e pelos dirigentes sindicais (em especial metalúrgicos e bancários). Esta vertente é absolutamente pragmática, focada no resultado, profissional da política, centralizadora, que criou estrutura empresarial na condução do partido e das campanhas.
2010 será o confronto dessas duas vertentes. Em Minas Gerais, o desenho já está nítido, no embate entre Patrus Ananias e Fernando Pimentel. Mas as chapas de candidatos à Câmara Federal também terão o signo da polarização.
Nesta segunda-feira, sindicalistas, ambientalistas, militantes dos direitos humanos, intelectuais, reunem-se para estudar o lançamento da candidatura de Nilmário Miranda com este foco. Não apenas uma candidatura para fora, mas também para a disputa interna e retomada do PT mineiro pela geração 80.

2 comentários:

Fernando Reis disse...

Olá professor,
Sou leitor assíduo de seu blog e acho extremamente sensatos seus comentários! Um grande abraço

Rudá Ricci disse...

Grazzie, Fernando.
Aguardo, então, seu comentário sobre esta tentativa de "retomada". Aliás, acabo de receber um comentário positivo de um professor universitário do sul do país.