quinta-feira, 11 de junho de 2009

Minhas apostas para 2010 em MG


Aposta 01:
Aécio Neves será candidato a Senador. Fará várias marolas, mas o tempo será cada vez menor para tanta marola.

Aposta 02:
Minas Gerais votará num candidato não paulista para a Presidência da República (assim como o nordeste). Em peso.

Aposta 03:
São dois cenários para as eleições estaduais.
O primeiro: polarização entre Patrus Ananias e Hélio Costa (este último, com apoio do PSDB).
O segundo: uma candidatura quase única de Fernando Pimentel (com apoio dos aecistas). Este segundo cenário tem alguma possibilidade, mas deve passar por um primeiro crivo interno, no PT. Ocorre que Fernando Pimentel apoiou 100 candidatos a prefeito do interior mineiro, no ano passado. Foram distribuídos muitos "santinhos" com as fotos do candidato, Aécio e Pimentel. Este, possivelmente, é o motivo para Pimentel aparecer à frente de Patrus nas pesquisas de intenção de voto (até o momento).

4 comentários:

Atílio disse...

Porque mineiros e nordestinos não votarão num paulista?

Rudá Ricci disse...

Há uma rejeição imensa de Minas Gerais para o norte do país em relação à São Paulo. Generalizada. Ouço, desde que cheguei aqui em BH (sou paulista e cheguei no início dos anos 90) que os males da política nacional surgem, sempre, em SP. No nordeste, afirma-se que SP impede o crescimento de sua região, além de humilhar.
Todos dizem que paulista é muito arrogante, intolerante, desagregador e... paulista (ou seja, não sentem que paulista é brasileiro).
Rudá, paulista

Atílio disse...

Professor Rudá mas e esse sentimento terá a capacidade definir o voto da maioria do eleitorado? Em SC e no RS também existe essa oposição a SP, mas isso ainda não define um voto contrário a um candidato paulista.

Rudá Ricci disse...

Bom, Atílio, estamos falando em tendências. Eu diria que assim como a tendência do sul é votar com o PSDB (majoritariamente), a tendência de MG, nordeste e norte é votar contra os paulistas.
Acredito que o lulismo tenha reforçado tal tendência. Lula tentou fechar o campo oposicionista no Paraná, com uma nítida aliança com Requião e PP (de Ricardo Barros) e tentando (até hoje) com o PDT. O fato é que tal aliança reforçou a polarização com o PSDB. O governo Yeda, no RS, polarizou a política com Tarso Genro. Haveria uma saída com Germano Rigotto, mas a polarização diminui, neste momento, sua margem de manobra. Santa Catarina é um Estado dos mais estranhos, mas onde PP/PMDB diminuem os espaços de outros partidos.
Já o nordeste apresenta o inverso. O Bolsa-Família e outros programas governamentais, aproximaram o lulismo da base social sempre marginalizada. Sem contar o forte envolvimento de parte da igreja católica com o lulismo e movimentos sociais. O caso da transposição do São Francisco distanciou momentaneamente a aliança católica (pró-teologia da libertação) do lulismo, mas já estão retornando a partir dos enfrentamentos eleitorais mais recentes. Veja o caso de Recife e Pernambuco. Na Bahia, a disputa envolve PMDB lulista e PT. No Maranhão, o enfrentamento com o sarneysismos será violento e generalizado (entre dois pólos do lulismo). E assim por diante.
O que estou sugerindo é que o lulismo reforçou uma forte identidade do nordeste contra os paulistas. Sintomaticamente, Lula se apresenta como filho nordestino, contra um paulista puro (Serra).
Desconfio que é exatamente este o sentimento que se espraia pelo sul maravilha: Serra é mais sulista que Lula.
Rudá