sexta-feira, 5 de junho de 2009

Mensagens comentando meu artigo


Recebi várias mensagens comentando (ou estimuladas) pelo meu artigo, publicado ontem na Folha de São Paulo. Vou reproduzir alguns excertos:

De Maciel Gonçalves:
"Envio este e-mail porque não pude me conter após ler seu artigo "Educação básica: qualificação ou "burnout"?". Lá você diz que as pessoas erram ao dizer que um dos maiores problemas da educação básica pública é a falta de qualificação. (...) Lembro-me bem do dia em que perguntei a uma professora o que era "Integralismo" e ela simplesmente me ignorou, dizendo que isso não tinha importância. Sei muito bem que existem professores extremamente competentes ali, mas é uma minoria risível. (...)"

De Viviane Cândido (SP):
"Quero parabenizá-lo por seu artigo hoje na Folha, especialmente porque você trabalha uma fronteira muito tênue no que diz respeito à opinião e ao conhecimento: muitas vezes o que se diz é que o educador tem a opinião e as pesquisas e suas avaliações, traduzidas em políticas públicas têm O conhecimento... Além disso, ao apresentar o relato da professora doutora Áurea Regina Damasceno, você traz algo que me tranquiliza em minha experiência pessoal! Recentemente, ao chegar de um dia destes em que beiramos à exaustão, li um e-mail em que um amigo repassava uma dessas 'reproduções' das bobagens que os alunos de ensino médio escrevem no ENEM e outro perguntava pelos educadores sérios e por políticas públicas."

De José Carlos Kiihl (Caconde, SP):
"Em 2003, fiz o concurso em São Paulo para professor do ensino médio. Escolhi cadeira em Caconde (SP), tendo tomado posse em Novembro de 2004. A idéia era saber o que estava acontecendo com o ensino público em São Paulo. Pedi exoneração do cargo em Maio de 2005. Gostaria de lhe transmitir algumas das minhas observações:
- Meu salário bruto (para carga semanal de 26 horas) era de R$ 810, recebendo livre R$ 640 (em 2006, declarei o total no Imposto de Renda e paguei 27,5% do bruto!)
- Havia feito projetos de sala ambiente etc, com boa chance de ganhar o dinheiro solicitado. Contudo como saia de uma sala e entrava em outra, com um intervalo curtíssimo para almoço, entre o período da manhã e da tarde, decidi desistir dos projetos, pois seriam impossíveis de serem implementados.
- apesar de pagar mal os professores, mesmo este pouco está sendo jogado fora pelo governo. Pois os alunos não estão aprendendo nada.
Não é questão da formação dos professores. Na verdade eles têm formação muito melhor que a dos meus antigos professores (ninguém era formado em nada, pouquissimos concursados, gente improvisada para quebrar o galho - anos 50 e 60).
- o material didático atual é maravilhoso (pelo menos o de Matemática). Em Novembro escolhi os textos e em Fevereiro a escola recebeu os livros encomendados, que foram distribuidos, gratuitamente aos alunos. No meu tempo o material didático era inesistente, ou de péssima qualidade.
Pois o que observei, neste breve período de atuação, foi que os alunos são totalmente sem educação (no sentido literal do termo). Eles não sabem se comportar. Não respeito nada. Nem os professores, nem os colegas, nem os funcionários, nem os colegas. E pelo, que pude constatar, nem os pais!"

De Rita de Cássia Oliveira (Taquaritinga,DF):
" Então, vem-nos a pergunta que "parece-nos", deveria ser óbvia: - Por que então, não paramos de inverter a ordem da lógica dos investimentos e começamos a investir em primeiro lugar direto na sala de aula (investimentos físicos e logísticos), colocando-a sempre na posição de investimento urgente por que a hora da aula é agora e na sequência os investimentos destinados à educação e à escola, mas que nunca ultrapassam a porta da sala de aula do momento adequado (o momento da aula) e que acabam por se tornarem indiretos?"

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