A desorientação que a profusão de pesquisas da área alimentar está gerando chega a dar vontade de rir. É quase uma guerra de dados, pró ou contra consumo de café, carne vermelha, ovo, leite e seja lá o que estiver na pauta do dia.
Para piorar, duas recentes pesquisas sugerem que o melhor é aderir ao método faquir. O que também não é uma solução. Em quatro dias sem ingerir alimentos, já começamos a nos debilitar. Endocrinologistas dizem que o limite máximo é de um mês. Gandhi aguentou por 21 dias. O ativista Barry Horne ficou 49 dias e sofreu danos na visão e rins. Na quarto protesto via greve de fome, faleceu. Com efeito, não parece ser uma solução.
Mas, então o que dizer dessas duas pesquisas?
O periódico Emerging Infectious Diseases pesquisou mais de 1.400 pessoas que morreram de doenças transmitidas por alimentos, entre 1998 e 2008. Resultado: carnes e aves representaram 28% das mortes e legumes foram responsáveis por 16%.
Comer fora de casa também não é solução. Segundo a Faculdade de Saúde Pública da USP, 59% dos frequentadoes de restaurantes apresentam excesso de peso ou obesidade (47,9% dos paulistanos adultos estão acima de seu peso). O estudo da USP (utilizando a base de dados do Inquérito de Saúde de Base Populacional de São Paulo, entre 2008 e 2009) indica que 26% dos paulistanos que comem fora de casa sofrem de hipertensão.
A guerra de pesquisas tem relação com política de contra-informação das indústrias de alimentação, obviamente. Mas acabam nos tornando ainda mais céticos neste novo século. Até com comida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário