Como critiquei as manchetes dos jornais mineiros, ontem (em especial, de um deles), hoje tenho em mãos um bom exemplo do que deveriam ter feito. A Folha de S.Paulo dá continuidade à tentativa de polarização PT-PSDB, seguindo o que considero uma linha editorial correta: dá voz aos outros candidatos que não desejam a polarização (página A-4); cruza as versões e iniciativas dos dois polos desta disputa (A-5) e apresenta uma análise equilibrada do ocorrido (A-6, que ilustra esta nota).
O leitor tem, assim, condições de pesar o encadeamento dos fatos e cotejar várias leituras e versões sobre os mesmos. As análises de Fernando Rodrigues e Gustavo Patu são primorosas como exemplo de equilíbrio jornalístico. De um lado, apresenta uma linha de continuidade (dentre várias de descontinuidade) entre governos tucanos e lulistas. De outro, sugere que o discurso do senador mineiro fez o mesmo que a cartilha petista, com sinais trocados. Finalmente, um box indica o que seria telhado de vidro tucano, a partir das críticas de Aécio (que caberiam com até mais veemência em relação aos anos FHC).
Com esta concepção editorial, o leitor tem chance de discordar (eu mesmo não acredito que a polarização seja interesse dos lulistas, mas apenas do senador Aécio Neves, que precisa diminuir as chances dos possíveis adversários Eduardo Campos e Marina Silva, que mais estragam sua plantação que a lulista).
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