segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Partidos em queda

Pesquisa IBOPE, encomendada pelo jornal O Estado de S.Paulo no final de 2012, revela que 56% dos brasileiros não possuem preferência partidária no Brasil. O desencanto tem sentido, dada a ausência total dos partidos na vida diária dos tupiniquins. Soma-se o fato dos partidos se tornarem organizações e estruturas pretéritas, burocráticas, centralizadas, compartimentadas, lentas, sem inovação, que massificam diretrizes e pouco respeitam as opiniões de grupos e indivíduos. São representações do século XIX (embora criação do século XVIII). O mundo é outro, para citar uma frase pronta e batida.
Dos 44% que afirmam possuir preferência partidária, a agremiação mais citada é o PT, contando com 24% das citações. PMDB vem logo depois, com 6% e 5% das preferências. A diferença é abissal, como se percebe. 
A situação do PSDB  parece a mais grave, já que os pesquisados associam a sigla aos mais ricos. De 1995 a 2012, a preferência nacional pelos tucanos foi de 14% para 7% no Sudeste, tradicional reduto de políticos tucanos alçados ao plano nacional, especialmente São Paulo e Minas Gerais. Ainda assim, estes estados parecem continuar concentrando a base mais importante para a sigla, já que os patamares de preferência baixam a 5% no Norte e no Centro-oeste, 4% no Nordeste e 3% no Sul.

8 comentários:

Eugenio Raggi disse...

Mas e o PSB? Não é o novo fenômeno eleitoral-mundial-estratosférico do Planeta Terra? Não é a sigla mais vitoriosa deste universo e do mundo de Greyskull?? Pôxa, avisem ao Eduardo Campos que essa pesquisa é comprada para tentar desmobilizar o PSB.

Rudá Ricci disse...

Não, meu caro. Embora eu me preocupe com seu evidente temor em relação a este tema, o PSB nunca foi um partido popular. O que se comenta é a inteligência e emergência da liderança de Eduardo Campos, que vem conduzindo muito bem seu partido. Até então, somente Lula aparecia como uma liderança forte e astuta. Agora, tem uma sombra... que vem crescendo. Tenho a impressão que você não gosta muito do jogo democrático, mas tente se acostumar. Uma hora é um, outra hora é outro. Poder de um só é coisa de ditadura, de tirania.

Eugenio Raggi disse...

A única chance remota da velha direita recuperar seu espaço político é rachando a base Lulodilmista. Foi por isso que as forças conservadoras se vincularam ao PSB em 2012. Mencionar a todo instante possível a tal "força política" de Eduardo Campos faz parte dessa estratégia. Não existe uma análise conjuntural de Merval ou Eliane Catanhede ou Noblat que não faça referências ao Eduardo como grande vitorioso em um processo eleitoral que ele sequer disputou. Qual foi o peso dele na vitória de Lacerda em BH? Ou na do candidato dos Gomes em Fortaleza? A velha mídia entrar nesse jogo eu entendo e acho até natural. Mas vc é muito inteligente pra cogitar alguma chance eleitoral de eduardo Campos e seu minúsculo PSB.

Eugenio Raggi disse...

De resto, alternância de poder é uma das escolhas possíveis do mundo democrático. O povo pode - ou não - querer alternância. A ditadura da alternância acaba criando uma tirania da troca obrigatória, como se a permanência não fosse também uma opção do eleitorado. Os 43 anos de poder consecutivo do partido socialista na Dinamarca foram uma tirania ou uma escolha?

Rudá Ricci disse...

Vamos lá:
1) parece meio melodramática esta visão sobre um "racha" na base lulista. Falta perspectiva história em sua visão;
2) é possível que a base lulista lance vários candidatos em 2014 e mesmo assim continue unida. Talvez não conheça o conceito de bloco no poder, um bloco histórico e não apenas eleitoral;
3) Sua visão sobre Eduardo Campos está totalmente contaminada. Não consegue ter a tranquilidade para analisar cenários. Confunde desejo com leitura da realidade. Coisa de quem segura a bandeira, nada mais que isto. Felizmente, sempre há quem formule a bandeira. Aliás, quem formula não fica assim desesperado com disputa eleitoral porque pensa mais longe;
4) imagino que entenda que assim como há velha mídia, também existe a velha militância, que nada pensa, nada duvida, que está sempre pronta para fazer tempestade em copo d´água. Deve ser a última gota de energia que ainda corre nas veias. Porque projeto político que é bom...

Rudá Ricci disse...

Eu realmente não entendo o motivo para tanto desespero. Ficar irritado por uma possibilidade do PT ser substituído como líder de governo do bloco lulista pelo PSB é muito barulho por nada. Fique mais tranquilo. A alternância sempre (registre a palavra) existe na democracia. Não se trata apenas de voto. Leia Luciano Canfora sobre como a maioria matemática não define exatamente a democracia.

AF Sturt Silva disse...

O PT ser substituído como líder de governo do bloco lulista pelo PSB, ou até mesmo pelo PSDB não é alternância de poder.Ou pelo menos de projeto de poder.Apenas mudanças no controle de facções de poder. Governo não é poder assim no branco e preto. As coisas não se resumem apenas ao campo político. Ainda sigo as orientações dos marxistas, mesmo que sejam estruturalistas sobre essa questão. Concordo que há uma centralidade de tomada de dicisões no governo, mas ele não é independente em tempos de hegemonia do capital e crise do capitalismo, como se faz pensar.

AF Sturt Silva disse...

Mas então como deve ser os partidos so século XXI? Já sabemos que estão todos falidos, que não podem ser como os do século XIX, que foi uma inovação.