Genoino, mesmo condenado, toma posse na Câmara dos Deputados às 15 horas de hoje. Um ato pessoal, de estranha eficácia política.
Não se trata de um ato partidário, já que o PT recuou até onde era possível no enfrentamento à decisão do STF. Se assim o fez, significa que acatou a decisão. Petistas não se conformam e sabem fazer alarde e resistência política. Está em seu DNA. O que houve foi alguma satisfação aos filiados e correntes internas. Nada mais que isto.
Então, fica a dúvida sobre o que motiva este ato (que me parece absolutamente solitário) de Genoino. Ele assume a cadeira como suplente, ocupando vaga de titulares que renunciaram. Portanto, parece distante de um ato de força. Do que se trata, então? De algo absolutamente íntimo, que procura projetar, para si mesmo, um currículo coerente.Vejo uma linha de coerência o líder petista ter passado, ontem, na Câmara Federal acompanhado de sua filha, Mariana (na foto). Genoino fala para si. Acredita, em declaração recente, que ficará um ano na Câmara Federal, até que comece a cumprir a sentença, em regime semi-aberto. Os advogados que consultei avaliam que não terá tanto tempo assim.
Se estou certo, para que este ato de auto-indulgência, para ter efeito duradouro, terá que ser acompanhado de uma atuação mais que exemplar, talvez espetacular, no posto de deputado. Como se desse uma demonstração para si e todos que se trata de um homem público. Resta saber se terá fôlego.
Não deixa de ser um drama pessoal em exposição total, que retoma os demônios pessoais como elemento da vida política dos militantes. Algo que é comum esquecermos.
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