domingo, 18 de março de 2012

Pré Sal e a doença holandesa

Neste blog já destaquei a possibilidade do Brasil estar se direcionando para algo similar ao que ocorreu com a economia holandesa, na década de 1960, quando o preço do gás natural cerceou investimentos daquele país em outros segmentos da economia em função da avidez por surfar na onda da exportação de um único produto. Em 2013 começaremos a inundar nossa economia com recursos oriundos da exploração comercial, em especial, do campo petrolífero de Tupi/Lula.
É possível medir o impacto a partir dos dados divulgados pelo site Site EconomiaBR:

Com beneficiamento adequado para agregação de valor por meio de refino e outros processos mais sofisticados de transformação - caso da petroquímica, a multiplicação agregada poderia fazer o valor adicionado do óleo do Pré-Sal crescer 40 vezes, o que elevaria essas exportações em 2025 a US$ 40 trilhões. Como uma reserva de 100 bilhões de barris poderia valer cerca de US$ 10 trilhões a US$ 100 o barril, a multiplicação agregada de 40 vezes levaria essa cifra a US$ 400 trilhões. Isso equivaleria a 200 vezes o PIB Nominal brasileiro de US$ 2 trilhões. Com o Barril retornando a US$ 150, a multiplicação agregada elevaria essa cifra a US$ 600 trilhões. O Brasil estaria exportando 12 mb diários em 2025, mas com produtos com agregação média de apenas 20 vezes (50%). Naquele ano, essas exportações renderiam ao país quase inimagináveis US$ 22 trilhões, com o barril valendo US$ 250 então. A esse respeito, o presidente do IPEA declarou que o Brasil precisaria investir algo como US$ 4,4 trilhões para alcançar o atual nível de desenvolvimento social observado nas economias avançadas. Todo esse valor representaria menos de 1,1 % dos US$ 400 trilhões acima. Ele incluiu investimentos em educação, saúde, habitação, emprego, cultura, previdência social e tecnologia de informação, com a abertura de 100 mil novas salas de aula, contratação de 1 milhão de professores, e instalação de 130 mil bibliotecas.


Um comentário:

Luis Alberto Bassoli disse...

Rudá, entrevistei uma vez o Paulo Hartung, então governador do ES, e ele falava sobre o risco. Ele citava a Venezuela, que hoje importa galinhas ( nem ovo é mais )...