A resenha da Folha exagerou. O livro não chega a ser uma obra de destaque.E me fez lembrar uma frase do Fernando Mitre, quando conversava com meu pai. Ele dizia que o jornalismo cria uma falsa sensação de poder. Porque o jornalista está ao lado do poder e sabe, muitas vezes, com muita antecedência o que somente dias depois os cidadãos comuns saberão (ou nunca saberão).
Este livro de Tom Rachman, que tratde um jornal de língua inglesa estranhamente sediado em Roma, é uma espécie de mosaico. Cada capítulo trata de um personagem (direto ou indireto) do jornal, como se fosse uma coletânea de contos que se juntam aos poucos. A estrutura é interessante, mas o conteúdo é demolidor. Faz par com o estilo cético da maioria dos jornalistas que conheci. Mais que isto: revela uma profunda frustração, uma tentativa de busca de outros caminhos profissionais ou imensa ambição que quase se realiza. Enfim, no fundo, trata-se de um compêndio de melancolia da imprensa
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