Seguindo a máxima "Brasil só funciona depois do carnaval", os partidos políticos começaram a acelerar e multiplicar as reuniões para definir as estratégias eleitorais para outubro. Jogo de cena. Na verdade, sem aval dos caciques políticos, nada feito. Na Era Lula, o sistema partidário tupiniquim, que sempre foi um desastre, sucumbiu de vez e voltou, ao sabor do presidencialismo de coalizão, ao velho caciquismo. Senão, vejamos. No PSDB, nada se faz sem FHC, Aécio e, mesmo que sem jeito, Serra. No PT, tudo é mais simples: nada se faz sem Lula. No PSB, o cacique é Eduardo Campos. No PV é Penna. No PPS é Roberto Freire. E assim vai. O PMDB é mais complexo porque se estrutura a partir de caciques regionais. Mas, no fundo, o que temos é a valorização do acordo de bastidor, entre caciques, o que afasta, novamente, o cidadão da política formal. Porque, como explicar que o coronel do PSB em Minas Gerais é um ex-ministro de Lula que responde por ele em terras de Guimarães Rosa? Como explicar que a atual Presidente da República foi catapultada pelo cacique Lula, assim como o candidato a prefeito de São Paulo? E que o candidato do cacique petista em BH é o prefeito do PSB em aliança com o PSDB?
O livro, já citado neste blog, de Tales Ab´Sáber, tenta trabalhar esta possível contradição. Vou analisar ainda esta semana este livro.
Mas fica a tese: voltamos para o estilo República Velha no que tange ao sistema partidário. Com cores de século XXI. Cores apagadas.
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