quinta-feira, 29 de março de 2012

Quando alguns militares cutucam com vara curta


É até difícil de compreender. Qual o motivo que embala um ato do Círculo Militar para comemorar o golpe militar de 1964? Não parece provocação juvenil? E se ex-guerrilheiros decidissem comemorar as expropriações a bancos durante o regime militar? Não seria provocação juvenil? 
O que a democracia brasileira ganha com isto? A resposta é: conflito.
Hoje, militantes de esquerda e muitos estudantes se reuniram no local deste evento infeliz e o pau quebrou. Portavam cartazes como "ditadura não é revolução". Às 14 horas, já havia escolta da PM no local e os gritos de "assassino" e "torturador" já eram ouvidos até pelas mães dos policiais. Para piorar, um dos militares em comemoração resolveu mostrar que ainda manda e retirou um celular das mãos de um manifestante. Aí foi dia de confronto de torcida do Timão com Parmeirense. O estudante Antônio Canha foi atingido pela descarga de uma pistola Taser e foi "recolhido" ao conforto de um camburão. Seus colegas cercaram o veículo e tudo parecia que terminaria numa agradável tarde de outono. Como o bom senso parece que era a tônica do dia, os policiais resolveram odorizar o ambiente com gás de pimenta. Não muito satisfeitos, tocaram bombas de efeito moral e aí um estilhaço feriu a barriga de Miriam Caetano, de 33 anos. 
A comemoração dos militares recebeu até um singelo título: "1964: a Verdade". Um bom título para a conversa entre Fidel e o Papa, não?
Quer sentir o clima? Dá uma olhada neste vídeo, disponível no site Vermelho, do PCdoB:

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