sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Violência escolar e conflito racial são temas do cinema francês


A "guerra" na periferia de Paris e a tensão nas salas de aula tiram o sono dos franceses. Anos atrás, Paris sediou um encontro mundial para discutir a violência nas escolas. Agora, dois filmes tratam dos dois temas articulados: escola e conflito racial. "La journee de la jupe" ("Dia da Saia") trata das tensões envolvendo imigração, educação e raça que assombram a França desde os tumultos de 2005 que explodiram à sombra dos conjuntos habitacionais cinzentos que cercam muitas cidades francesas. Os alunos, em sua maioria filhos de imigrantes árabes ou negros, tratam a desajeitada professora Sonia (Isabelle Adjani, na foto) com desprezo e insolência, xingam uns aos outros e ignoram as tentativas da professora de lhes ensinar sobre Molière. Fiquei espantada com sua audácia politicamente incorreta", disse Adjani, falando do roteiro que o diretor Jean-Paul Lilienfeld lhe mandou e da imagem central da saia como símbolo da liberdade da mulher de vestir o que quiser, livre de agressões ou ameaças. "Achei a história ultrajante, de certo modo, muito ousada e original." O drama principal acontece quando uma arma é encontrada na mochila de um aluno, um tiro é disparado acidentalmente, e Sonia se descontrola, fazendo seus alunos de reféns. Segue-se um debate acalorado sobre raça, religião e os abusos cometidos contra as mulheres. O mesmo tema foi tratado no ano passado, no filme "Entre os Muros da Escola", de Laurent Cantet, que recebeu a Palma de Ouro em Cannese agora é candidato a um Oscar. Mas o tom de "La journee de la jupe" é mais sombrio e brutal.

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