segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ainda sobre a vitória do PMDB no Congresso


Vitória de Pirro ou Vitória da Corporação? Foi uma vitória corporativa, sem dúvida. Boletins de deputados federais do PMDB (como do deputado federal Rodrigo Rocha, do Paraná) creditam a vitória à fidelidade partidária. Michel Temer se elegeu, hoje, com 60% dos votos. Não foi apenas fidelidade partidária que contou, portanto. Sarney deu um passo à frente e anunciou a instalação de comissão para acompanhar permanentemente a crise econômica mundial para “influir nas decisões” do Executivo. Quer dar o tom da vitória peemedebista, mas ainda pode ser um dentre tantos anúncios que os líderes deste partido fizeram ao longo de sua história de poder. Alguns blogs apostam que o tema do próximo período será as MPs, já que o congresso estaria mais "independente". Aposto que o tema será execução orçamentária (emendas e afins). Daí a comissão organizada por Sarney. O PMDB não tem vôo para grandes temas, mas necessita administrar as várias bases políticas espalhadas pelo país. Kennedy Alencar avalia que esses resultados fortalecerão a chance de uma aliança formal entre PT e PMDB para apoiar a eventual candidatura ao Palácio do Planalto da ministra Dilma Rousseff. Sei não! Vai rolar muita água por baixo da ponte até esta aliança ser confirmada. O preço será bem alto.
PS: A foto é de Alan Marques, da Folha de S.Paulo.

5 comentários:

Magno Ferreira disse...

Será que o presidente Lula realmente precisava fazer isso com o senador Tião Viana? Será que não é possível conciliar sucesso administrativo e ética? Será que não é possível colher bons resultados na administração pública sem adotar esse tipo "raposa"? Acredito que o quadro político brasileiro está ficando menos ruim, mas será que essa melhora não poderia ser mais acentuada, mais profunda e a passos mais acelerado?
Magno Ferreira, estudande de C.Sociais,UFAL.

Magno Ferreira disse...
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Rudá Ricci disse...

Magno,
Entendo sua frustração. Infelizmente, a politica é jogo duro. O que Lula está fazendo e acertar a base de apoio, com o PMDB. Talvez, até acertar a sucessão (com Aécio no PMDB, ou aliança PMDB/PT, com Dilma). Trair o candidato do PT (no caso, Tião Viana) é algo contornável. Atacar o PMDB, não. Explico: Tião Viana tem ligações fortes com o PSDB, que não é da base do governo federal. Mesmo se sentindo traído, Tião Viana acabará se conformando. Mas confrontar o PMDB poderia significar dificuldades em 2009 intransponíveis. Lula quer segurar o que já tem garantido para aumentar suas conquistas mais adiante. Perder o PMDB seria ficar sem nada.
É difícil e duro compreender este jogo, mas ele existe e foi descrito desde Maquiavel.
Rudá

Magno Ferreira disse...

Eu não acredito mais na concretização dos sonhos de Marx,Engels e outros,apesar de reconhecer a importância que eles têm. Mas,eu ainda acredito em um mundo melhor,em um Brasil melhor,onde certas manobras não sejam indespensáveis para conduzir a adminiatração pública. Será que estou sonhando? Será que nunca teremos um presidente que possa cumprir o papel dele sem ter que sujar as mãos?

Rudá Ricci disse...

Magno,
Somente quando nós, brasileiros, superarmos esta "síndrome do líder" é que poderemos alterar este jogo. Explico: sempre aguardamos um líder (meio messiânico) para nos conduzir de acordo com nossa moral. Um alter ego político. Já temos provas, aos borbotões, que esta não é a saída para o país. Temos que aprofundar os mecanismos de controle baseados na democracia participativa (conselhos, observatórios sociais como o de Maringá, monitoramentos de resultados de políticas públicas, monitoramento de execução orçamentária e assim por diante).