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Vitória de Pirro ou Vitória da Corporação? Foi uma vitória corporativa, sem dúvida. Boletins de deputados federais do PMDB (como do deputado federal Rodrigo Rocha, do Paraná) creditam a vitória à fidelidade partidária. Michel Temer se elegeu, hoje, com 60% dos votos. Não foi apenas fidelidade partidária que contou, portanto. Sarney deu um passo à frente e anunciou a instalação de comissão para acompanhar permanentemente a crise econômica mundial para “influir nas decisões” do Executivo. Quer dar o tom da vitória peemedebista, mas ainda pode ser um dentre tantos anúncios que os líderes deste partido fizeram ao longo de sua história de poder. Alguns blogs apostam que o tema do próximo período será as MPs, já que o congresso estaria mais "independente". Aposto que o tema será execução orçamentária (emendas e afins). Daí a comissão organizada por Sarney. O PMDB não tem vôo para grandes temas, mas necessita administrar as várias bases políticas espalhadas pelo país. Kennedy Alencar avalia que esses resultados fortalecerão a chance de uma aliança formal entre PT e PMDB para apoiar a eventual candidatura ao Palácio do Planalto da ministra Dilma Rousseff. Sei não! Vai rolar muita água por baixo da ponte até esta aliança ser confirmada. O preço será bem alto.
PS: A foto é de Alan Marques, da Folha de S.Paulo.
5 comentários:
Será que o presidente Lula realmente precisava fazer isso com o senador Tião Viana? Será que não é possível conciliar sucesso administrativo e ética? Será que não é possível colher bons resultados na administração pública sem adotar esse tipo "raposa"? Acredito que o quadro político brasileiro está ficando menos ruim, mas será que essa melhora não poderia ser mais acentuada, mais profunda e a passos mais acelerado?
Magno Ferreira, estudande de C.Sociais,UFAL.
Magno,
Entendo sua frustração. Infelizmente, a politica é jogo duro. O que Lula está fazendo e acertar a base de apoio, com o PMDB. Talvez, até acertar a sucessão (com Aécio no PMDB, ou aliança PMDB/PT, com Dilma). Trair o candidato do PT (no caso, Tião Viana) é algo contornável. Atacar o PMDB, não. Explico: Tião Viana tem ligações fortes com o PSDB, que não é da base do governo federal. Mesmo se sentindo traído, Tião Viana acabará se conformando. Mas confrontar o PMDB poderia significar dificuldades em 2009 intransponíveis. Lula quer segurar o que já tem garantido para aumentar suas conquistas mais adiante. Perder o PMDB seria ficar sem nada.
É difícil e duro compreender este jogo, mas ele existe e foi descrito desde Maquiavel.
Rudá
Eu não acredito mais na concretização dos sonhos de Marx,Engels e outros,apesar de reconhecer a importância que eles têm. Mas,eu ainda acredito em um mundo melhor,em um Brasil melhor,onde certas manobras não sejam indespensáveis para conduzir a adminiatração pública. Será que estou sonhando? Será que nunca teremos um presidente que possa cumprir o papel dele sem ter que sujar as mãos?
Magno,
Somente quando nós, brasileiros, superarmos esta "síndrome do líder" é que poderemos alterar este jogo. Explico: sempre aguardamos um líder (meio messiânico) para nos conduzir de acordo com nossa moral. Um alter ego político. Já temos provas, aos borbotões, que esta não é a saída para o país. Temos que aprofundar os mecanismos de controle baseados na democracia participativa (conselhos, observatórios sociais como o de Maringá, monitoramentos de resultados de políticas públicas, monitoramento de execução orçamentária e assim por diante).
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