quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Encontro de Lula com movimentos sociais


O ministro Luiz Dulci organizou, ontem, reunião de Lula com 60 ongs e movimentos sociais para discutir a crise econômica. A notícia publicada, hoje, na Folha de SPaulo dá a impressão de ter sido um "beija mão". O que não noticiou foi que a entrega de um documento onde constam 22 pontos. Vou resumir o conteúdo deste documento (intitulado Carta dos movimentos sociais ao presidente Lula):
1) O documento afirma que "devemos aproveitar a brecha da crise para mudar a política macroeconômica de natureza neoliberal, e ir construindo um novo modelo de desenvolvimento nacional, baseado em outros parâmetros, sobretudo na distribuição de renda, na geração de emprego e no fortalecimento do mercado interno";
2) No item "Propostas de articulações internacionais" reforça-se a integração regional (Mercosul, Unasul e Alba), a substituição do dólar nas transações comerciais por moedas locais, a consolidação o mais rápido possível do Banco do Sul (como um agente que promova o desenvolvimento regional), retirada imediata de todas as forças estrangeiras do Haiti;
3) Quanto às "Propostas de Política Interna", sugere: reduzir imediatamente as taxas de juros, impor rigoroso controle da movimentação do capital financeiro especulativo (instituindo quarentenas e impedindo o livre circular), cancelamento imediato do novo leilão do petróleo (marcado para dia 18 de dezembro), revisão da política de manutenção do superávit primário (aplicando na construção de escolas, contratação de professores para universalizar o acesso à educação de nossos jovens, em todos os níveis, em escolas públicas, gratuitas e de qualidade), adoção de amplo programa de incentivo à geração de empregos formais (em especia, para os jovens), reajustar imediatamente o salário mínimo e os benefícios da previdência social, controlar os preços dos produtos agrícolas pagos aos pequenos agricultores, revogar a Lei Kandir e voltar a ter imposto sobre as exportações de matérias primas agrícolas e minerais, reduzir a jornada de trabalho, ampliar o controle da população sobre as concessões de rádio e TV, continuar demarcando as terras e efetivando a desintrusão desses territórios em todo o país, realizar a auditoria integral da dívida pública para lançar as bases técnicas e jurídicas para a renegociação soberana do seu montante e do seu pagamento, reforma política que amplie os espaços de participação do povo nas decisões políticas, criação de política de preservação e recuperação dos biomas brasileiros.
Assinam: Via Campesina, Coordenação dos Movimentos Sociais, Abong, MST, CUT, UNE, Marcha Mundial de Mulheres, CTB, CGTB, Central de Movimentos Populares, ABI, Confederação das Associações das Associações de Moradores, Caritas Brasileira, CNBB/Pastorais Sociais, CPT, CIMI, Movimento dos Pequenos Agricultores, Movimento dos Atingidos por Barragens, Movimento das Mulheres Camponesas, União Brasileira de Mulheres, Coordenação Nacional de Entidades Negras, Movimento Trabalhadores Sem Teto, União Nacional Moradia Popular, Confederação Nacional das Associações de Moradores, Movimento Nacional de Luta por Moradia, Jubileu Sul Brasil, Movimento pela Libertação dos Sem Terras, União Estudantes Secundaristas, União Juventude Socialista, Evangélicos pela Justiça, União nacional de Entidades Negras, Confederação Nacional Trabalhadores Entidades de Ensino, CNTE, Federação Única dos Petroleiros, Confederação Nacional dos Metalúrgicos e Inesc, entre outros.

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