quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Obama é o Presidente dos EUA
Barack Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos. Aos 47 anos, ele torna-se o primeiro negro a governar o país. É de minha geração e eu confesso que me identifico mais com ele (não apenas por ser negro, o que o aproxima da cultura brasileira, ao menos do nosso imaginária) que com Clinton. Não por ser "minoria". Há algo no olhar dele que parece dizer que sabe o que representa. Não é de esquerda, nem será um revolucionário em relação à cultura democrata (mais conservador que Kennedy), mas terá toda uma expectativa e uma crise que obrigam uma boa dose de ousadia. Terá muitas obrigações porque conquistou maioria na Câmara e no Senado: Obama bateu McCain em Estados-chave, como Ohio, Pennsylvania, New Hampshire, Iowa e Novo México. Suas promessas podem ser assim resumidas:
a) Debelar (imediatamente diminuir o impacto) da crise econômica dos EUA. Os especialistas afirmam que a normalidade retornará entre 5 e 10 anos. Os EUA têm um déficit orçamentário de 455 bilhões de dólares. Sua dívida bate a marca do um trilhão de dólares. Obama promete cortar os impostos para a classe média, que atingirá, segundo seus discursos de campanha, 95% dos americanos. Pretende reformar o sistema de seguro de saúde (algo que os Clinton já prometiam);
b) Estabelecer novos padrões na política internacional. O primeiro passo é a promessa de terminar com a guerra do Iraque é uma das principais metas, além de ações diplomáticas no Oriente Médio, que incluem o diálogo com Irã e Síria. O Iraque deve entrar em guerra civil (se é que já não está mergulhado nesta tragédia). Os especialistas duvidam que Obama consiga retirar tropas em 2 anos. O Iraque se fragmentou em vários grupos. Os curdos, ao norte; os sunitas (aproximadamente 40% da população, divididos entre apoiadores do antigo regime, fundamentalistas da região de Fallujah, nacionalistas) e jovens vindos pela fronteira síria para lutar na jihad, a Guerra Santa. O problema de todo conflito e resistência armada dos muçulmanos fundamentalistas está na Arábia Saudita, fonte de todo financiamento;
c) A própria promessa de superação da desigualdade social. O "farol" será a condição de vida dos negros e pobres de New Orleans.
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