sábado, 22 de novembro de 2008
A novidade Leonardo Quintão merece mais análise
As eleições passaram e os derrotados são esquecidos no passar dos dias. Este não é o caso de Gabeira, que está sendo lembrado e relembrado todos os dias. Mas um dos personagens que mereceriam maior análise como inovação política mineira: Leonardo Quintão. Quintão foi realmente uma novidade no céu de brigadeiro de Minas Gerais. Acredito que Hélio Costa procurou, quando candidato a governador, emplacar este estilo. Mas era "global" em demasia. Olhava direto para a câmera de TV, falava da mãe (lembro de uma carta que sua mãe teria enviado, que Costa leu no final da campanha). Mas Quintão é mais jovem e demonstrou uma habilidade de comunicação muito significativa. Soube traduzir a tradição mineira para a pós-modernidade. Aécio Neves, Patrus e Pimentel não possuem este perfil. Quintão foi demagogo, como analisou Richard Sennett em "O Declínio do Homem Público", quando analisou a postura de Nixon no início das acusações que desaguariam no Watergate. Nixon foi à TV e falou de sua cachorrinha, que ganhou dos filhos. Disse que os que o atacavam não pensavam em sua família e nesta cachorrinha. E deu certo. Sennett percebeu que Nixon criava uma ponte para com os que se sentem ressentidos com a política oficial e formal. Falava como amigo da vizinhança e demonstrava desconforto como político profissional. Quintão, acredito, trilhou esta "passagem". Foi e será um adversário político perigoso. Criou uma alternativa na política mineira. A despeito do seu conteúdo conservador, sua forma é uma novidade em MG.
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