domingo, 1 de abril de 2012

Caso Demóstenes paralisa a oposição,afirma Álvaro Dias


Luciana Lima e Luciene Cruz
Da Agência Brasil, em Brasília

As suspeitas envolvendo o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) têm paralisado o trabalho da oposição no Congresso. O grupo, que já é minoritário, agora precisa lidar com o peso das suspeitas sobre o senador, uma de suas principais lideranças. Na avaliação do líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), o caso tem prejudicado o trabalho da oposição, principalmente, pelo “constrangimento” que tomou conta da bancada.
Minha opinião:
Não me lembro de uma situação desta natureza durante os anos de democracia em nosso país. Temos uma tênue noção do que é oposição ao governo federal. Noção. A grande imprensa, sedenta por notícia, até vitamina um discurso aqui, outro acolá, de um líder apagado da oposição. Não convence. Não há energia, nem projeto. E, agora, o que restava ao discurso oposicionista, escanteada para o udenismo moralista, se desfez. O crime que diziam perceber no governo aparece em suas mãos. Do ponto de vista político, tal situação cria uma aparente pax republicana. Mas é muito pouco republicana porque não há o outro. Só governismo. Com orçamento concentrado na União, os governos municipais já haviam sumido do mapa político. Os governadores se debatem contra suas penúrias orçamentárias ou disputas internas. Assim, o país, por intenção e gesto de governistas e oposição, cria uma tábula rasa, bem rasa, na nossa vida pública. A esperança é que a sociedade civil articule, ainda que lentamente, suas iniciativas de controle social dispersas e atomizadas. Que consiga impor alguma energia moral, num país cuja política parece carecer justamente disto. 

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