Ala petista pode fazer campanha para o PMDB
Defensores da candidatura própria em Belo Horizonte negociam para enfrentar o prefeito Marcio Lacerda
CARLOS RHIENCK_ARQUIVO HOJE EM DIA
Roberto e Clésio estão conversando sobre a sucessão em BH
Enquadrado pela cúpula nacional do partido, o grupo do PT que ainda briga pela candidatura própria em Belo Horizonte já colocou em prática um plano alternativo para encarar a coalizão do prefeito Marcio Lacerda (PSB).
Capitaneado pelo vice-prefeito Roberto Carvalho, desafeto público de Lacerda e que detém 40% do controle do partido, o grupo petista prepara terreno para se aproximar do PMDB. Isolados até agora, os peemedebistas devem lançar uma chapa puro sangue na disputa.
Um dos maiores entusiastas da união entre os dois partidos é o senador Clésio Andrade, recém filiado ao partido em grande evento político realizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que teve a participação de vereadores do interior do Estado até do vice-presidente da República, Michel Temer.
Com pretensões políticas em 2014, Clésio promete entrar forte na disputa eleitoral da capital. “Vou apoiar em tudo o que o PMDB precisar. Se o PT estivesse junto com a gente seria muito melhor. Mesmo porque essas forças de centro esquerda vão caminhar juntas em 2014”, projeta o novo peemedebista.
O senador peemedebista é cotado para compor a chapa do ministro Fernando Pimentel na sucessão do governador Antonio Anastasia (PSDB). Ele pode ser vice ou tentar a reeleição ao Senado.
Para quem apoia a coligação de Lacerda, que terá a participação formal do PSDB do governador Antonio Anastasia, Roberto e Clésio vão justificar a aproximação de petistas e peemedebistas alegando que se trata de uma composição sem ambiguidade e conectada com o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014.
De forma reservada, Roberto e Clésio estão em contato permanente. Na última quinta-feira, o vice petista ligou para conversar sobre sucessão de BH com o senador. No outro dia, os dois pré-agendaram um café da manhã, mas acabaram desmarcando por divergências de agendas.
Como os petistas estão se engalfinhando internamente, os dois vão negar, em público, qualquer tipo de aproximação visando as eleições.
Se admitir agora, Roberto passaria a impressão de que entregou os pontos antes da hora. Mesmo sabendo que já perdeu, o vice vai insistir na tecla da candidatura própria até o fim do processo interno. “Nós não desistimos da candidatura própria. O processo está em aberto e não aceitamos pressão. Os petistas belo-horizontinos têm que ser respeitados. Nós vamos esgotar todo o processo dentro do PT”, diz Roberto Carvalho.
Numa eventual composição com o PMDB, os petistas favoráveis à candidatura própria vão participar da campanha por debaixo dos panos. Da mesma forma como ocorreu na última eleição municipal, em 2008, quando a militância do partido se rebelou e apoiou a candidatura da deputada federal Jô Moraes (PCdoB), em detrimento de Lacerda, que contou com os tucanos na informalidade.
Naquela oportunidade, o então ministro Patrus Ananias comandou a ala petista dissidente. O grupo dele tinha 15% do partido, enquanto Roberto tem, hoje, 40%.
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