A Folha divulga, hoje, que Aécio Neves rompeu com seu marketeiro, Renato Pereira (na foto), por diferenças de concepção. As jornalistas Natuza Nery e Vera Magalhães informam que as divergências tinham como mote a agenda (que o marketeiro sugeria ser menos convencional). Pereira fez a campanha de Sérgio Cabral e Henrique Capriles (Venezuela, contra Hugo Chavez, em 2012).
No dia que lança as bases do programa tucano para 2014, a notícia poderia ser outra, mas não é de todo um desastre. Já havia uma forte tensão, nos bastidores do PMDB, por Pereira fazer o marketing de Aécio e Pezão (candidato ao governo carioca em 2014).
Os que conhecem, afirmam que o marketeiro sabe contar uma boa história.
Pode ser. Pereira sugeria pesquisas qualitativas (mais para o segmento médio do eleitorado) e porta a porta (para o segmento mais pobre). Mas o que ele apresentava até agora era por demais focado na classe média, possivelmente mais jovem, o que bateria na porta dos famosos "coxinhas". Um erro grosseiro. Trabalhar conceitos liberais para uma base social historicamente pobre que em uma década acessou o mercado consumidor com produtos top de linha (em alguns segmentos de produtos) não parece ser tarefa fácil.
Mas o que incomodou foi o tal "vamos conversar?". Nem como isca negativa (daquelas que obriga todo mundo a falar sobre) funcionou. Uma paródia, das piores, do Forrest Gump com Nextel. Com a cara de Aécio, que não diz efetivamente nada do ponto de vista social (não estou utilizando o social como coluna social, evidentemente). Aí, começou a oscilar. Desta anti-propaganda, partiram para o mote "você muda o país". Mas, como? Se quem define eleição nacional quer o Estado Pai (como demonstrou pesquisa recente do Datafolha)? Se não conversar com o eleitor de baixa renda, esqueça. Não há mais aquela famosa relação direta com os tais "formadores de opinião" (que soa como autodefinição de classe).
Aí, nova guinada e começam a demonstrar que utilizarão a imagem playboy de Aécio como uma pessoa de bem com a vida. Como? Aí é que perde de vez a base eleitoral mais importante do país.
Diria que se trata de uma visão exageradamente carioca do Brasil. Carioca estilo Leblon, diga-se de passagem. Não dá.
Embora não seja uma boa notícia, Aécio acerta. Precisa rapidamente sair desta posição de luta pelo terceiro lugar nas eleições de 2014. Terceiro lugar é fim de linha para sua carreira política.
Para quem quer conhecer o perfil do marketeiro, acesse a entrevista dele para a UOL clicando AQUI
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