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O criador da Escola Moderna, fundamentada em ideais libertários, nasceu a 14 de janeiro de 1859, em Alella, na Catalunha. Na adolescência começa a contestar o regime monárquico e o poder da igreja sobre o Estado e os cidadãos. Através da sua ligação com os republicanos, participa em tentativas para derrubar do poder a monarquia e que visavam a instauração da república em Espanha. Devido à sua atividade política e social, foi exilado em Paris, em 1886, onde conheceu o ideal libertário preconizado pelos anarquistas e identifica-se com Paul Robin, o teórico da Pedagogia Integral e fundador do Orfanato de Cempuis na cidade de Paris.
No seu livro La Escuela Moderna, Ferrer definia assim o objetivo da Escola Moderna: “Extirpar do cérebro dos homens tudo o que os divide, substituindo-os pela fraternidade e a solidariedade indispensáveis para a liberdade e o bem-estar gerais para todos.”
O ensino ministrado seguia as seguintes orientações: o aluno é livre, livre inclusive de deixar a escola. O aluno goza de uma ampla liberdade de movimentos: vai ou não ao quadro, consulta ou não este ou aquele livro, entrega-se às suas fantasias quando isso lhe agrada, e até pode sair da sala de aula quando tem vontade de o fazer. Não havia exames, nem muito menos castigos e recompensas.
Em 1905 a Escola Moderna espalha-se por 147 espaços por toda a Catalunha. Em 1908 contam-se mil alunos só na cidade de Barcelona, e criam-se centros de ensino do mesmo gênero em Madri, Sevilha, Málaga, Granada, Cádiz, Córdoba, Palma, Valência, assim como noutros países (em São Paulo, Lausanne, Amsterdam e Lisboa).
Em 1908 fundou a “Liga Internacional para a educação racional da infância” conta com apoiantes de peso como Languevin, Bernard Shaw, Berthelot e Gorki.
Foi executado no dia 13 de outubro de 1909 pelo Conselho de Guerra a partir de uma acusação genérica, sem provas concretas, acusado de ser o líder intelectual da Semana Trágica.
Um comentário:
Era um educador, digamos, anarquista. Também não concordo com um estilo espontaneísta de educação. Mas ele abriu uma linhagem da qual alguns autores afirmam que John Dewey e Paulo Freire fizeram parte. Tenho minhas dúvidas, mas acho importante divulgar esses pensadores pouco conhecidos no Brasil.
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