quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Aécio joga a toalha
O discurso é evidente: o governador Aécio Neves começa a preparar o fim de sua campanha-factóide à Presidência da República. Seu secretariado sempre foi honesto, ao menos nos bastidores, e afirmava que a intenção era pressionar ao máximo o partido e ganhar visibilidade. Mas desde novembro do ano passado, após a derrota impressionante nas eleições municipais, Aécio já se preparava para ser candidato a senador. A novidade é a maneira como está anunciando a verdadeira intenção: batendo em Serra. Com o ultimato à Serra, joga o eleitorado mineiro (ou aecista) contra o governador paulista e reforça a pecha de indecisão do seu adversário tucano (reforçada, inclusive, pela recente matéria publicada na revista Piauí).
Minha avaliação é que Aécio tenta barrar a entrada fácil de Serra em MG. Algo muito importante para as aspirações futuras do mineiro. Porque sendo senador com Serra Presidente da República é um péssimo cenário para ele. Mas ser senador com Serra Presidente e popular em suas terras e montanhas é um cenário de morte. O melhor dos cenários para Aécio é ser senador com Presidente de outro partido, porque seria o Rei da Oposição, com visibilidade pública.
A estratégia seria correta justamente porque Minas Gerais, desde outubro do ano passado, é um paraíso eleitoral absolutamente aberto: Aécio perdeu o controle sobre muitas regiões do Estado (onde a oposição elegeu prefeitos), o PT vive uma disputa sanguinária entre Patrus e Fernando Pimentel e Hélio Costa corre por fora (inclusive figurando nos planos secretos de Lula).
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