sábado, 14 de março de 2009

Plano Decenal da Educação Mineira


Ontem foi aberto o período de debates públicos a respeito do Plano Decenal da Educação Mineira. Duas mesas debateram vários aspectos do plano enviado pelo governo Aécio à Assembléia Legislativa. Estive presente na primeira mesa. O governo cometeu vários erros, que reputo à falta de experiência com debates públicos, em especial, na área de educação. O mais grosseiro foi colocar o secretário adjunto da educação sozinho, nas duas mesas (cada mesa teve 8 expositores, o que totalizou algo ao redor de 2 horas de falas iniciais). O resultado já era esperado desde o início: o secretário adjunto perdeu o auto-controle. E revelou a face intolerante do governo estadual.
O Plano Decenal do governo sofreu duras críticas, do começo ao fim (veja site da Assembléia Legislativa: www.almg.gov.br ). Vários de nós, na primeira mesa, apontamos que o plano não possui estratégia e unificação e amontoa metas genéricas, não factíveis. O pior: voltamos à financeirização das metas (o foco é o orçamento e não a melhoria da educação) e não se adota indicador de impacto, mas apenas esforço (ou seja, foco nas atividades de governo e não na mudança real que este esforço causa). Não tenho dúvidas que a equipe que montou a proposta da secretaria de educação não soube elaborar o plano. Não teve competência técnica para produzi-lo.
O fato é que o governo Aécio se tornou uma ilha durante anos. Criou uma blindagem que já foi noticiada pela grande imprensa. O problema é que desaprendeu a ouvir críticas, a pensar sobre elas. Como todo raciocínio autoritário, considera toda crítica uma provocação partidária. Um raciocínio simplista: amigos ou inimigos.
Não por outro motivo, o IDEB indica que Minas Gerais parou desde 2005, na educação, enquanto todos os outros Estados que mantém a liderança em relação a este indicador revelaram melhorias significativas. Mas a propaganda desesperada da Secretaria de Educação procura encobrir tais dados. Acredito que os 8 fóruns que ocorrerão no interior de MG para discutir o Plano Decenal (de março a final de abril) elucidarão a real face do que reputo ser a pior gestão educacional de Minas Gerais dos últimos dez anos.

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