segunda-feira, 23 de março de 2009
Pais de Nova Iguaçu não querem escola em tempo integral
Recebo a seguinte notícia desanimadora:
"Contrariando o senso comum, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, não é a falta de vaga nem de professor que emperra o ensino integral: é a baixa adesão das famílias. Pesquisa da Secretaria da Educação do município mostrou que apenas 27% dos pais permitem que os filhos fiquem o dia inteiro na escola. Para a maioria, as atividades extracurriculares não trazem benefícios e alguns dizem temer que os filhos fiquem muito cansados. Os pais entendem que a escola é algo obrigatório, mas há um sentimento também de que educação demais é um problema. Ele acredita que famílias pobres precisam ver a educação do mesmo ponto de vista da classe média, como algo essencial para a liberdade individual e a construção de perspectivas."
A notícia é ruim, mas reveladora. Ainda existem secretários de educação, como a de Minas Gerais, que não entenderam que educação não se restringe ao interior da escola. Não adiatna aula de reforço ou premiação de professores. Pelo contrário: envolve prioritariamente as famílias de alunos. Sem integração de secretarias e programas, focados na educação, não adianta cursos e tecnologias nas escolas. Famílias com baixa renda ou desestruturadas, áreas de risco, rejeição de pais a projetos escolares, tudo faz parte de um conjunto de fatores que os gestores da educação simplesmente ignoram como diretamente vinculados ao desempenho doa alunos.
Enfim, a notícia é triste, mas reveladora.
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Um comentário:
Poxa! Difícil de entender, mas talvez se houvesse um estudo do ponto de vista dessas famílias seria possível encontrar uma solução. Mesmo sendo um pouco "surreal" para nós que acreditamos, como você disse, na liberdade trazida pela educação, por vezes nos consideramos os donos do saber. Será que essas famílias não teriam ótimas idéias e mais eficazes do que a escola em tempo integral? Em geral, os responsáveis tecnicos planejam todo um trabalho que não dá resultados satisfatórios só porque não se deu ao trabalho de fazer questionamentos básico àqueles que serão beneficiados ou diretamente atingidos.
Especulando um pouquinho, será que essas crinças trabalham (informalmente, é claro) no horário que não estão na escola? Para quem precisa colocar pão em casa hoje fica difícil pensar na educação que irá "garantir" a renda só no futuro.
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