sábado, 7 de março de 2009
Crise em Hollywood
Ana Maria Bahiana destaca a crise por que passa Hollywood, na esteira da crise geral da economia dos EUA. O interessante do artigo é que destaca o filme Watchmen, um megalançamento que envolve 3.611 cinemas nos EUA, mais estréias simultâneas em todos os principais mercados internacionais. Em seu artigo, Ana Maria se pergunta se Watchmen “tem apelo vasto o bastante para segurar um lançamento tão imenso?” Informa que os primeiros relatórios de mercado indicam que são os homens entre 25 e 35 anos que estão segurando a bilheteria, muito à frente do público normal para este tipo de filme, os entre 17 e 25. Mulheres de todas as idades não estão se interessando. E vaticina (o que parece o ponto mais interessante do artigo): “Watchmen pode entrar para a narrativa do cinema como o primeiro lançamento de um novo período marcado por depressão econômica e desejo de evasão cujos contornos ainda não podemos ver inteiramente. Com certeza, 2009 começa agora, com ele. E, acho, a primeira década do século 21 no cinema também se encerra com ele.”
Miguel Lourenço Pereira, no blog português hollywood.weblog.com.pt também comenta a crise de Hollywood. Diz que a recuperação dos anos 90 (década de A Lista de Schindler, Forrest Gump e Titanic) abriu portas para filmes pouco usuais para os padrões norte-americanos (Unforgiven, Pulp Fiction, L.A. Confidential) e, agora, afunda outra vez. Mas a crise não seria, segundo Miguel, meramente econômica. Faltariam idéias. “Os estúdios perderam a imaginação; sucedem-se os remakes de sucesso antigos”, afirma. Destaca a mania de adaptação de livros, ao menor sinal de sucesso nas livrarias. Afirma, ainda, que os executivos dos estúdios passam cheques em branco aos autores independentes, ao primeiro sinal de sucesso. Hoje os Tarantinos, Crowes, Paul Thomas Anderson, Wes Anderson, Charlie Kauffman ou Alexander Payne são nomes únicos devido à sua imensa originalidade, capaz de atingir tanto a crítica como o público. Mas são caros demais e levam os estúdios à falência. O buraco estaria na publicidade dos filmes. Miguel cita os casos de The Island e The Polar Express. E, para piorar, na Europa (que poderia criar algum contraponto) há ausência de estúdios.
Para quem não conhece, Miguel Lourenço Pereira é crítico de cinema e autor do Cine Guia 2008. Foi fundador do Pipoca Blog, o primeiro news blog dedicado ao cinema em Portugal. O weblog que criou sobre Hollywood foi o mais visitado da blogosfera em Portugal.
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