terça-feira, 10 de setembro de 2013

Mais um ponto para Dilma: Mais Médicos

A situação política do país vai retornando ao seu ponto normal. Lulismo hegemônico e oposição nanica.
Ambos, contudo, parecem sem grande musculatura. Mesmo os governistas parecem inflados por gás Hélio. Vai aos céus, mas um simples vazamento faz despencar. Há algo de pouco orgânico nos patamares de popularidade do governo federal. Esvaziou com o boato do fim do bolsa família e com as manifestações de junho. Retoma os índices anteriores lentamente, em fogo baixo.
Uma das bolas dentro do governo foi o Mais Médicos. O corporativismo privatista tentou, esperneou e ameaçou se jogar na vala comum dos desesperados. Não deu em nada, como tudo o que parece que sai dos antigos formadores de opinião desde 2006. A pesquisa CNT divulgada hoje dá o tom desta rapsódia médica: 73,9% dos brasileiros são a favor da vinda de médicos estrangeiros. Uma lavada. Qualquer pesquisador social sabe que é crítica generalizada, país afora, ao atendimento dos nossos médicos de carteirinha (ou seria de carteirada?). O Instituto Cultiva tem dados aos borbotões que corroboram esta afirmação. Independe do tamanho do município, região ou partido no governo. O problema é o perfil, a formação dos médicos (há exceções, como sempre, como no caso dos sanitaristas).
A pesquisa é ainda mais contundente: 49,6% dos brasileiros acham que o programa Mais Médicos será capaz de solucionar os problemas da saúde tupiniquim.62% dos brasileiros utilizam a rede pública de serviço à saúde. Somente 20% utiliza exclusivamente a rede privada.
A oposição não acerta uma. E faz tempo.
Mesmo com o governo ajudando, as forças oposicionistas demonstram que se descolaram das ruas antes mesmo da morte de Tutancâmon.
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2 comentários:

kivas Arquitetura disse...

Um país sem oposição é um país sem o contraditório. Muito ruim.

Unknown disse...

Minguando

A expectativa criada e o peso estratégico da oportunidade agravam o fracasso das manifestações de sete de setembro. O episódio deveria suscitar uma bela autocrítica dos seus organizadores, quem quer que sejam.
Uma comemoração nacionalista questionável, de simbologia tenebrosa; um feriado sem grandes possibilidades de viagem; a exposição midiática permanente; a vulnerabilidade física dos desfiles e das próprias autoridades; a ocorrência de eventos esportivos simultâneos, que dividiram o contingente policial – mesmo com tantos favorecimentos do acaso, o “maior protesto da história” se resumiu a focos de pancadaria e depredação envolvendo os mesmos grupelhos de quaisquer outros desses atos quase semanais.
Ao mesmo tempo, a aprovação de Dilma Rousseff vai retornando aos patamares do último outono. E o cotidiano político do país se reacomoda na pasmaceira de sempre. E a imprensa corporativa retoma o discurso contra os arruaceiros.
Uma das muitas avaliações possíveis sobre os protestos recentes é que eles degringolaram sempre que a oposição tentou instrumentalizá-los para desestabilizar o governo federal. Onde isso ocorreu, bastou centrar os ataques em Dilma Rousseff (e no PT) para que a juventude se afastasse aos poucos, restando os habituais brucutus do discurso ético difuso. Qualquer que seja a motivação da ira coletiva, o fato é que ela não se dirige à presidenta.
Os oposicionistas voltaram a gritar sozinhos. O oportunismo e a falta de projeto político afastaram-nos tanto da população que agora só lhes resta a companhia dos mascarados. Eles próprios resistentes a comprar brigas partidárias.

http://guilhermescalzilli.blogspot.com.br/2009/11/o-carater-porcino.html