sábado, 21 de setembro de 2013

Esgotamento do estatal-desenvolvimentismo?

Hoje, no Estadão, Nelson Barbosa (ex-Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, na foto) afirma que enfrentaremos, nos próximos anos, os efeitos da inflação represada, alto custo dos empréstimos dos bancos estatais e possível depressão do valor do real.
O mais importante de seu diagnóstico, contudo, é sobre os mecanismos anticíclicos construídos pelo lulismo nos últimos anos:
Estimular a econômica por meio de créditos do BNDES e Caixa Econômica Federal foi útil para enfrentar a crise, mas em algum ponto isso tem que terminar. 

 Sua avaliação é que a dívida bruta vem crescendo e que o governo já percebeu a necessidade de ajuste, reduzindo os financiamentos com recursos do Tesouro. A emissão de bônus do Tesouro para bancar expansão de crédito bancário teria atingido um teto preocupante (o volume de crédito dos bancos estatais teria saído de 1% do PIB, em 2008, para os 9% atuais).
Apesar desta leitura, a avaliação de Barbosa, ao contrário de certa expectativa pessimista de outros especialistas, é que a inflação convergirá para o centro da meta (4,5%) em 2015. Antes, contudo, haverá correção do preço de serviços públicos, como preço de combustível, eletricidade e transporte público (sua sugestão é que há disparidade de inflação entre os preço livres, que estaria em 7,5%, e controlados, com inflação embutida de 1,5%). A taxa SELIC, então, cairá.
É aí que a conta não parece fechar. Se a taxa de inflação convergirá para o centro em 2015, depois de um forte choque de alinhamento de preços (e repique inflacionário), quando este choque ocorrerá? Em pleno ano eleitoral?
Finalmente: o ex-secretário estaria sugerindo que o modelito estatal desenvolvimentista lulista se esgotou ou trata-se de um mero ajuste de percurso?

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