É comum, em eventos educacionais, a apresentação de alguma atividade artística protagonizada por alunos de ensino básico. Nem sempre funciona. Mas quando funciona, é de arrepiar.
Lembro de uma apresentação de percussão com estudantes de uma escola estadual mineira, num evento que comemorava o aniversário do SindUTE. O som encheu o ambiente. Os meninos tocavam com força e o olhar não deixava dúvida de como estavam orgulhosos e cientes do seu poder. Uma batida forte, ao estilo Olodum. Já li em algum lugar que se trata de um suingue de cinco toques, onde há um espaço maior entre o segundo e o terceiro toques e do terceiro para os dois últimos.
Recentemente, vi uma apresentação de um grupo de surdos, em São João del-Rei. Emocionante.
Nesta semana, abri um evento na Funedi/UEMG, em Divinópolis. Falei sobre Educação e Desenvolvimento. Na abertura, uma apresentação de dança e, depois, violas, de jovens que fazem parte do Projeto Fazendo Arte, coordenado por Lenir de Castro. Trata-se de inclusão sociocultural de crianças e adolescentes que estudam em escolas públicas. Atende 1.700 jovens patrocinados pela Gerdau (lei de incentivo à cultura). Ouvir jovens tocando violas não é algo que acontece todos os dias. As apresentações evoluíram de ballet (incluindo dois rapazes que, cá entre nós, é algo louvável de se ver em cidades do interior brasileiro, quase sempre muito machistas), para street dance e as violas. Embora eu seja um urbanóide, as violas me acalmam. Devem remeter para a tranquilidade e tristeza do interior, da vida na roça, do mundo rural. Continuo um convicto urbanóide, me fixando neste lugar onde as violas fazem tanta falta.
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