domingo, 14 de julho de 2013

Oposições continuam sem rumo

Interessante como muitos apostam na crise do governo Dilma, mas não se atrevem a citar crescimento das oposições. Aliás, muitos citam o possível crescimento do PSOL, mas ressaltam que se trata de um partido competitivo, sofrendo ainda da sua pouca estruturação, que cresce pelo discurso e empatia com parte do eleitorado mais intelectualizado, como no PT original, mas lhe falta maior musculatura.
Já as oposições mais ao centro, continuam amargando dificuldades internas. Este é o caso explícito do PSDB e PPS. Aécio continua com sérias dificuldades de relacionamento com tucanos paulistas e não consegue empolgar nordestinos. Até o momento, trata-se de uma figura mineira. E só.
É aí que entra o PPS. Tentou a fusão com o PMN, o que criaria um fato novo. A ideia era lançar Serra assim que a fusão fosse formalizada. Mas gorou. Talvez, com dedo de Lula nesta história. O fato é que o PPS ficou sem chão. E Serra ficou com um caminho sem volta. Sendo candidato pelo PPS (terá que decidir até outubro), ficará evidente que seu poder está em queda, mas dividirá parte do PSDB paulista. Se ficar no PSDB, será uma paralelepípedo no sapato de Aécio. Uma espécie de primo que inveja a bicicleta que não ganhou no Natal.
Há, ainda, uma chance real do PSDB perder o governo mineiro, o que seria um desastre para o senador "bossa nova" (como a direção tucana de seu Estado tentou emplacar, mas logo percebeu que somente os de minha idade em diante entenderiam).
A única chance para as oposições seria Marina Silva, já que Eduardo Campos não decola nem mesmo no nordeste. Digamos que vença em 2014: como seria seu governo? Daria espaço para PSDB e apoiadores de sempre (DEM, PPS, parte do PDT)? Ou estaria fadada à crises permanentes?
Marina vem revelando purismo num mundo de raposas experientes. Não foi oportunista durante a rebeldia de junho. Se foi correta do ponto de vista ético, perdeu espaço e visibilidade, mais uma vez. Sua imagem cairia feito uma luva no nosso "Maio de 68". Poderia ter feito algo que não fosse oportunista. Uma carta aberta, por exemplo. Uma reunião com lideranças de vários Estados. Uma declaração pública contundente. Poderia ter convidado líderes de 68, articulado ambientalistas, redes sociais. Nem mesmo armou sua militância e apoiadores. A organização e estrutura de Marina é próxima à do PSOL, talvez menor. Tem luz própria e saiu das hostes petistas. O PSOL também saiu do PT e tem algumas lideranças com luz própria, como Jean Wyllys e Marcelo Freixo. Mas Freixo não passa de uma liderança regional e Wyllys não consegue ir além dos esclarecidos e que defendem ampliação dos direitos civis no Brasil. Convenhamos que não se trata de lideranças de grandes massas nacionais.
Enfim, se o segundo semestre for o que economistas projetam (queda aguda do crescimento econômico, aumento lento do índice de desemprego e subida leve da inflação), e se Dilma não abrir a caixinha de bondades (o que estouraria na economia de 2015), apostaria mais numa terceira via que nas oposições formais de hoje.

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