As manifestações de junho, contudo, embaralharam todas as cartas. Pimentel não esteve no olho do furacão, mas seu partido, como todos os outros, sim.
PSDB prepara sondagem para disputa mineira
MARCOS DE MOURA E SOUZADE BELO HORIZONTE
Após a onda de manifestações no país, o PSDB de Minas Gerais estuda realizar uma pesquisa para identificar com mais clareza o que eleitores esperam dos políticos e quais suas principais demandas. Os resultados tendem a ajustar o discurso dos tucanos que aparecem como pré-candidatos ao governo de Minas nas eleições de 2014.
"A ideia é fazer uma sondagem que capte o pulso das ruas, quais as demandas que emergiram das manifestações, as expectativas das pessoas, o que elas esperam dos políticos", disse o presidente do PSDB de Minas, o deputado federal Marcus Pestana. A pesquisa ainda é objeto de discussões no partido e deve ser feita nas próximas semanas.
Encomendar uma pesquisa sobre intenção de voto neste momento é, nas palavras de Pestana, "jogar dinheiro fora". Primeiro porque, acredita ele, a um ano e três meses do primeiro turno uma sondagem desse tipo teria pouca relevância e, segundo, porque o PSDB sabe que hoje não tem um nome que empolgue os eleitores mineiros.
Antes das manifestações de junho, diz Pestana, uma pesquisa mostrou uma folgada preferência dos mineiros pelo atual ministro do Desenvolvimento e ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Ele teria entre 32% a 35% dos votos e os nomes do PSDB entre 4% ou 5%. Para os tucanos, o fato de Pimentel já ter sido prefeito e estar numa pasta de destaque no governo federal o mantém em alta nas menções dos eleitores.
O governo de Minas, ainda não sabe se as manifestações abalaram a imagem de Anastasia junto aos eleitores - a exemplo do que ocorreu com a presidente Dilma Rousseff e com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). É Anastasia quem ajudará a construir o apoio do candidato apoiado pelo PSDB. No entanto, o Senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência, é visto pelos tucanos como o verdadeiro puxador de votos para o futuro candidato em Minas. Se ele terá tempo livre para se dedicar à construção de um candidato em sua terra natal ao mesmo tempo que estará correndo o país para se fortalecer como candidato a presidente é algo que divide tucanos e analistas.
Pestana é um dos nomes mencionados como possível candidato ao governo de Minas. O deputado federal pelo PSDB Rodrigo de Castro é outro; o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa mineira, Dinis Pinheiro (PSDB), também aparece entre os pré-candidatos. O único não tucano é vice-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP).
Em agosto, ele inicia uma série de visitas por Estados onde seu partido tem pré-candidatos a governo para convencer correligionários a aderir à campanha de Aécio. As visitas começam pelo Amazonas. Coelho comanda desde o mês passado um conselho de pré-candidatos do PP.
O PP é partido da base da presidente Dilma, mas nas eleições de 2010 o partido não formalizou sua adesão à aliança que a elegeu. Se optar por não formalizar seu apoio novamente, o partido deixará aos diretórios estaduais a escolha. Se fechar com Aécio, dará quase dois minutos a mais de tempo de TV ao tucano.
No mês passado, dirigentes do PSDB mineiro marcaram posição: assinaram carta defendendo que o partido tenha um nome próprio como candidato. O partido está no comando do Estado desde 2003 e um dos argumentos das alas que querem a cabeça de chapa tucana é que no ano em que Aécio entrará pela primeira vez na disputa pelo Planalto fará todo o sentido ter um candidato do PSDB em Minas.
No PSDB mineiro, a expectativa é que até dezembro o nome do candidato esteja definido.
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