sábado, 15 de janeiro de 2011

A difícil situação dos municípios mineiros em Estado de Emergência

Do R7:
Um exemplo de município que decretou situação de emergência para agilizar o envio de recursos foi Entre Folhas, no Vale do Rio Doce. Em dezembro, o lugar que abriga pouco mais de 5.000 habitantes foi castigado por um temporal, na madrugada do Natal. Em pouco mais de três horas, choveu cerca de 150 mm, quase duas vezes o esperado para o mês. Casas foram destruídas e estabelecimentos comerciais, inundados. A administração local encaminhou solicitação de recursos ao governo estadual, por meio do Avadan (Relatório de Avaliação de Danos), mas ainda aguarda, sem dada estabelecida, a liberação do dinheiro. Na mesma situação se encontram os municípios de Inhapim, Vargem Alegre, Itanhomi e Governador Valadares, também afetados pelas chuvas em dezembro.
A situação reflete a lógica da gestão pública brasileira, que gasta mais em reparos do que na prevenção. No ano passado, foram investidos em Minas Gerais R$ 85,9 milhões em ações pós-chuva, oito vezes mais do que em planos de prevenção a tragédias (R$ 10,3 milhões). Em Inhapim, questões burocráticas atrasaram a liberação de R$ 240 mil para a reforma de oito pontes e reconstrução de outras seis. A cidade, de 24 mil habitantes, foi inundada pelo rio Caratinga no dia 26 de dezembro. Cerca de cem famílias tiveram que deixar suas casas e buscar ajuda com parentes e amigos. Cerca de 1.100 imóveis precisam de reparos. A Coordenadora da Defesa Civil Municipal, Arlete Alvarenga, espera que a ajuda financeira seja estabelecida por meio de emenda parlamentar. Em Itanhomi, a 60 km de Governador Valadares, os prejuízos com as chuvas chegam a R$ 3 milhões, mas ainda não chegou nenhum centavo de ajuda. No fim do ano passado, o município decretou situação de emergência. Foram quatro fortes temporais, um em novembro e outros três em dezembro, que deixaram 40 pessoas desalojadas e 30 desabrigadas. Mais de 400 km de estradas na zona rural e rodovias de acesso ao município precisam ser recuperados. O coordenador da Defesa Civil local, José Pereira de Souza, disse que sem ajuda do Estado é impossível fazer os reparos.

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