segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
O inusitado da "revolução árabe" de agora
O mais interessante desta revolta popular que atinge grande parte do mundo árabe é que ele tem um toque laico. E até mesmo de crítica ao comportamento dos imãs. Vários manifestantes afirmam que os imãs estão intimamente envolvidos com os governos que desejam derrubar. Um bom artigo de Robert Worth que foi publicdo no The New York Times vai nesta direção, ao analisar a imolação de tantos jovens que ateiam fogo em si mesmos. O autor informa que raramente a imolação de todo corpo é um ato religioso. E retrata o caso do vendedor de frutas, Mohase Bouazizi que ao atear fogo em seu corpo em 17 de dezembro passado, incendiou seu país até que derrubou o ditador Ben Ali. O caso é realmente exemplar: Bouazizi revoltou-se porque policiais confiscaram sua banca, o espancaram e não devolveram seu negócio que lhe rendia 75 dólares mensais que sustentavam sua mãe e irmã. Seu pai morreu quando ele tinha 3 anos e desde os 10 ele vendia nas ruas depois do colégio.
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2 comentários:
Caro Rudá,
Acho lamentável a inocência com que o Ocidente vê o Oriente Médio. O Estadão, por exemplo, só se tocou que o mandatário do Egito era um ditador dia 26.01.11, com a manchete na primeira página “Egípcios vão às ruas contra ditadura”, até antes tratava o referido senhor como “presidente”. Será que não existe nestes meio de comunicação nenhum editor-chefe versado em assuntos internacionais para esclarecer de quem se tratava, venderam a imagem de Mubarak como “presidente” por 30 anos para agora passar essa vergonha editorial...
Aliás, com o relativo conhecimento de Oriente Médio que tenho também acho um tanto quanto simplista a análise dada pela mídia brasileira destes eventos. Creio que é o começo do Pan-Arabismo v. 2.0, enquanto todos vêem este fenômeno como uma revolta por direitos básicos de 1ª e 2ª geração...
Marco A. Perroni.
Marco,
Detalhe um pouco mais sua percepção sobre o que ocorre neste movimento. Gostaria de publicar sua opinião no blog.
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