quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dilma acerta na economia e erra na política?


Alguns analistas sugerem que Dilma passou no teste da condução da economia, acertou na definição de prioridades, na discrição, nos cortes de gastos públicos, no controle das ações de governo. Também acertou ao visitar as áreas mais atingidas pela catástrofe natural. Mas teria errado na política por não conseguir conter as disputas por cargos do segundo escalão e, principalmente, estatais. Também não corrigiu a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Política para as Mulheres, que se disse favorável ao aborto.
Seria até natural que esta situação ocorresse. Afinal, é sua estréia como dirigente de Estado. Mas entendo que a situação é mais complexa. E tento enxergar pelo olhar da esquerda, pela lógica petista.
Dilma teria se afastado ainda mais do modo petista de governar ao anunciar um modelo de controle de gestão tipicamente empresarial. Aliás, um mix que tem na Nova Gestão Pública adotada no Reino Unido sua origem. Algo que contradiz o controle social que seria a base de todo discurso de gestão petista. O que é percebido como eficiência é naturalizado como discurso único de gestão bem conduzida.
No caso da ministra Iriny Lopes, minha intuição diz que Dilma come pelas bordas. Fez assim ao indicar seus ministros: lança um balão de ensaio e espera a repercussão. Sem aparecer. Somente após alguns dias toma a decisão. Muitas vezes, decisão já sabida muito tempo antes.

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