quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Oposição sem rumos


Matéria de Christiane Samarco e Eugênia Lopes publicada no Estadão indica que a crise vivida pelo PSDB já atinge DEM e PPS. Na verdade, a crise tem nome: José Serra, que não quer ceder um milímetro à Aécio Neves (Aécio e Serra possuem apoiadores declarados no DEM, que já está dividido entre ACM Neto, Borhausen e Kassab). PPS sonha com PV como aliado. Mas, segundo a matéria, o interesse do PV é conquistar o comando da Comissão de Meio Ambiente para o deputado Zequinha Sarney (MA), filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aliado de Dilma. A situação parece tão grave que o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), diz que, nos primeiros dias de fevereiro, seu partido quer se reunir com o DEM e com o PPS para discutir os rumos da oposição no Parlamento. "Sozinhos, não temos condições de tocar a oposição", admite.
Venho percebendo, pelo twitter, o quanto os líderes da oposição reproduzem os mesmos erros da campanha eleitoral: fixam seu ressentimento na figura de Lula (que está afastado dos holofotes, no momento) e abrem uma gama significativa de temas e ataques ao governo federal, o que deixa todos sem rumo e dá a impressão ao eleitor que atacam por atacar. Sem fixar um eixo, não constróem um discurso coerente, que forme opinião ou uma agenda nacional de discussões. O ressentimento parece tão significativo que entorpece o pensamento. Embora o problema central tenha nome, como já indiquei.

Um comentário:

Valéria Borborema disse...

Sei que todo governo deve ter uma oposição forte e bem organizada, até para atuar melhor. Mas a gama de políticos com essa responsabilidade é tão reuim, tão ruim que não me resta outra alternativa que não a de torcer para que tais pseudolideranças se danem e deixem o Brasil em paz.