quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CDES avalia ritmo lento de melhoria da educação tupiniquim


Segundo o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) nos últimos quatro anos as desigualdades na escolarização no Brasil foram reduzidas, mas em ritmo extremamente lento. Se o país melhorou a média de anos de estudo da população de mais de 15 anos de idade e ampliou o acesso à educação infantil, pouco avançou na inclusão de jovens no ensino médio, e viu crescer no período a taxa de jovens de 18 a 24 anos fora da escola. Esta é a quarta edição do relatório sobre iniquidades na educação e o segundo que trata do caráter injusto do sistema tributário nacional. Em 2005, o conselho apresentou à presidência da república uma agenda de desenvolvimento na qual a educação, juntamente com a reforma tributária, eram as principais diretrizes. Nos últimos quatro anos, a média de anos de estudo da população acima de 15 anos subiu apenas meio ano – de 7 anos, em 2005, avançou para 7,5, em 2009, de acordo com dados da PNAD. A desigualdade regional, no entanto, persiste: no sudeste, a média avançou de 7,7 para 8,2, enquanto o nordeste subiu de 5,6 para 6,3 anos.
Nos dois casos, porém, a média de anos de estudo ainda está distante do que se espera para a educação básica dos brasileiros. A emenda constitucional nº 59, aprovada no ano passado, estabelece a obrigatoriedade de 14 anos de estudo (dos 4 aos 17), meta que a presidenta eleita Dilma prometeu atingir até 2014. As desigualdades com relação à cor de pele e entre o meio urbano e rural também não diminuíram. Em 2005, a população branca apresentava uma média de anos de estudo de 7,8 anos, e passou para 8,4 anos em 2009. Já para a população preta ou parda, a média era de 6 anos, e subiu para 6,7. No meio rural, a média de anos de escolarização é a mais baixa: apenas 4,9 anos, contra 8 do meio urbano. Ambas subiram cerca de meio ano com relação a 2005 – ou seja, a distância entre os dois se manteve.
Educação infantil
Entre as crianças de 4 e 5 anos, 63% frequentavam a pré-escola em 2005, e 70% em 2009. Apesar dos avanços, o Conselho aponta que um milhão e meio de crianças nessa faixa etária ainda está fora da escola. A taxa de frequência às creches avançou cinco pontos percentuais desde 2005, mas o atendimento continua em um nível muito baixo: apenas 18,4% das crianças de 0 a 3 anos tem acesso a creches. A desigualdade entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres é expressiva, nessa etapa: 36,3% entre os que têm mais renda frequentam creche, contra uma taxa de 12,2% entre os mais pobres.

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