Anos atrás, Claus Offe sugeriu que o Welfare State teria "estatalizado" a sociedade civil. Criou o termo para distinguir, obviamente, do conceito de estatização. Seria uma dependência de movimentos, não necessariamente uma cooptação. Em outras palavras, para qualquer movimento a sociedade cairia nas garras do Estado.
Pois bem, Fernando Pimentel estatalizou o orçamento participativo e tentou fazer o mesmo com os frágeis movimentos sociais de Belo Horizonte (habitação, por exemplo). A lógica de Estado como algo superior e determinante para o OP e para a domesticação das demandas sociais. Algo que me parece parte da cultura dos ex-guerrilheiros tupiniquins. Ficou a noção de organização, tropa unida e alto controle sobre os atos (afinal, num regime militar é fundamental controlar todos atos, falas e movimentos para não se denunciar ao algoz).
Fico pensando se, por caminhos outros, o lulismo não acaba por cair nesta idéia fácil.
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