Se os tucanos paulistas são mais economicistas que as outras aves do seu terreiro, o que seria o lulismo?
Talvez, mais politicista, que exagera o valor da política e a manutenção do poder. Já se disse que Gramsci sofria deste defeito analítico. O politicismo, muitas vezes, tende (na prática) ao autocratismo porque confunde a vida e os desejos á dinâmica política definida pelas instituições de representação política (partidos, em especial). Em outras palavras,como uma dimensão determinante, isolada, das outras dimensões da sociedade.
Esta distinção entre tucanos paulistas e lulismo procede?
2 comentários:
Profº, não seriam esses autores deslocados no tempo para explicar o que acontece na política atual.
Se não me engano, li aqui uma análise sobre o Hugo Chaves, na qual o professor aborda justamente isso.
Qual seja, não se pode analisar o Hugo Chaves sobre a luz da teoria anterior, pois ele seria um misto de todas, com um projeto de nação a ser desenvolvido, misturando populismo, ditadura, democracia, utilizou dos instrumentos dos plebicitos...
Não estaríamos no limiar de um novo tempo, com novos conceitos a serem formulados e por isso tantas
coisas enviesada?
E o caso do Brasil, o Lula não estaria trilhando caminhos semelhantes?
Guilherme,
Você está correto. Eu pensei alto, provocado pela discussão que ouvi no debate com Nilmário Miranda sobre o pós-crise.
É evidente que são outros tempos. Mas é intrigante que exista realmente espécie de disjuntiva entre tucanos paulistas e lulistas. Vou explicar: os tucanos paulistas são realmente mais afetos à lógica da economia de mercado (não necessariamente neo-liberais como alguns sugerem). E o lulismo é de um pragmatismo político (institucional, bem dito) visível. São muito parecidos, ambos social-democratas, mas há uma linha de pensamento determinante: mercado econômico ou mercado político.
Espero ter explicado mais claramente.
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