domingo, 10 de maio de 2009
Os futuros possíveis na educação
Recebo mensagem sobre uma das possibilidades do ensino que passou a reproduzir algumas passagens e comento ao final:
"(...) Em todo lugar, em todas as escolas, públicas e privadas, se os alunos tiverem, em casa ou na rua, a menor chance de estarem na rede e não na sala de aula, é online que iremos encontrá-los. E não é sem motivo: a sala de aula ficou tão prá trás da realidade [virtual] em que vivemos que dá a impressão que só ficaremos lá se não houver nenhuma alternativa à disposição. (...) A pergunta da hora é: será que dá pra fazer alguma coisa, online, na escola ou na rede escolar, que atraia alunos e professores para uma experiência lúdica, educacional, sem a chatice que os alunos [principalmente] vêem nos métodos, digamos, clássicos de educação? Dá sim. quer ver um exemplo? O sistema de educação pública de Pernambuco está promovendo uma iniciativa pioneira: uma olimpíada de jogos educacionais, uma competição virtual entre times de estudantes que, apoiados por professores, irão desenvolver um trabalho colaborativo, criando estratégias de jogo e se articulando em atividades de resolução de problemas… participando de uma aventura virtual que levará as melhores equipes a uma competição final concorrendo a prêmios especiais vinculados à cultura digital. A Olimpíada de jogos educacionais [OJE] é uma maratona de jogos online entre equipes [de seis a dez alunos] de escolas estaduais do ensino fundamental [oitava e nona séries] e médio, onde a diversão “esconde” o aprendizado e, além da motivação educacional, há prêmios para os vencedores. pense: jogue, se divirta, aprenda, apareça, forme rede com seus colegas e ainda ganhe um laptop. não tô nem tão velho assim, mas às vezes fico pensando porque é mesmo que não estou nascendo agora… um dos jogos da OJE [serão doze, este ano] é imuno, onde você comanda uma nave que tenta salvar Oswaldyr Pontes, cuja vida não é lá muito saudável: nosso anti-herói é fumante, come muita gordura, não pratica exercícios, sofre de bronquite crônica e tem alto risco de ataque cardíaco… Imuno explora biologia, anatomia, imunologia, educação alimentar e comportamento. E é divertido. Jogar em time é ainda mais divertido: todos constroem, juntos, a estratégia, os mais habilidosos jogam de fato [e ensinam os outros a jogar], o professor tira as dúvidas e ajuda o time. Pena que não dá –ainda- pra você jogar; no momento, apenas os alunos pernambucanos inscritos na OJE vão ter acesso aos jogos da competição.Um outro jogo online da OJE é machina [tela do jogo na imagem abaixo], que explora, ao mesmo tempo, princípios de história, geografia e física clássica. pegue uma nave e vá atrás de objetos históricos numa escavação em algum lugar do planeta. E gaste pouco combustível e tempo, pois sua eficácia e eficiência são o que vão levar seu time para o topo da tabela da competição. não é você contra o jogo: é você e seu time, no jogo, contra todos os outros muitos times. isso pega, pode crer."
Meu comentário é: esta é uma das saídas para atração, mas não substitui o contato direto entre professor e aluno, como o mercado educacional procura projetar. Já existe, inclusive, uma tentativa neste sentido de atendimento pedagógico de alunos 24 horas por dia, via internet. Sempre achei esta proposta um absurdo porque cria uma relação impessoal e tende à padronização do “atendimento” ao cliente/aluno. Em outras palavras: o fim da educação. Mas é fundamental pensar nestas possibilidades. O tempo de atenção de adolescentes, segundo estudos dos EUA, é de 20 minutos. Aulas de 50 minutos têm que ser absolutamente dinâmicas. Vários estudiosos da literatura dizem que em 10 anos surgirá uma nova modalidade de literatura, conectando texto, som e imagem. Enfim, temos que estudar com carinho tais possibilidades. Mas que não sejam experimentações de mercado cujas cobaias são os de sempre.
Ahh! A ilustração desta nota é uma das telas do OJE.
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