Gazeta Mercantil fechou

No meio jornalístico e entre blogueiros (veja blog O Vagalume, por exemplo), o tema do final de semana é o fechamento do jornal Gazeta Mercantil. O que chama a atenção é que o jornal tinha estabilidade no mercado de publicidade legal, uma vez que tinha a preferência das grandes empresas de capital aberto na hora da divulgação de seus balanços. Mas aí vem a década de 90 e os invetimentos em novas tecnologias. O fato é que os sites jornalísticos não conseguiram atrair a publicidade para compensar os investimentos. Temos ilustrações aos borbotões: Carta Maior, AOL e mesmo o Terra (que balançou várias vezes). Este é um tema relevante para todos nós. Havia uma aposta em aumentar os acessos para, então, vender publicidade. Algumas agências procuraram se vincular à uma rede jornalística maior (como sub-produto). Vale a pena inciarmos um balanço dessas tentativas frustradas.
As dívidas contraídas em dólar também pesaram para a Gazeta Mercantil. E a concorrência com o Valor Econômico, iniciada em maio de 2000. Além de ter o amparo de dois pesos pesados da mídia brasileira - os grupos Folha e Globo -, o Valor soube aproveitar os espaços deixados pela Gazeta que, em 2001, formalizou que estava em crise ao postergar o pagamento de fornecedores, atrasar salários e demitir jornalistas. Só naquele ano, foram dispensados ou deixaram a empresa, aproximadamente, 300 profissionais. Divisões como o Panorama e a Análise Setorial deixaram de existir.
Com o Valor Econômico, a Gazeta Mercantil ficou parecendo o Estadão da área econômica: pesado e tentando se modernizar rapidamente (dando a nítida impressão que estava sempre na defensiva).
O importante é que sempre que fecha um jornal, quem perde é a democracia. Que saudades do jornal República, de Mino Carta!