domingo, 10 de maio de 2009

O fim do sertanejo


Uma matéria interessantíssima publicada na edição deste domingo no Hoje em Dia (jornal mineiro), destaca que a monocultura e a migração para capitais estariam extinguindo o tradicional agricultor de subsistência do Norte de Minas e Sul da Bahia. A reportagem assinada por Augusto Franco (como fazem faltas estas reportagens de fundo!)revela que logo que chegam às capitais, os ex-sertanejos procuram o ensino médio, EJA e ensino técnico. Esta valorização da educação formal pelo agricultor é muito sentida nos últimos anos. É tema de destaque em assentamentos e acampamentos rurais, por exemplo, onde muitas vezes funcionam escolas (sem evasão) cujas paredes são lonas pretas. A reportagem destaca o livro de Fernando Frochtengarten, "Caminhando sobre Fronteiras", lançado este ano (e que não conheço...confesso), que ao pesquisar o perfil dos alunos da zona leste de São Paulo constatou que grande parte das famílias vinham do nordeste (em especial, sertão baiano) e norte de Minas Gerais (10% estavam desempregados): 58% são nordestinos e 10% mineiros. Os pais se empregam em prédios e condomínios (65%) ou em empregos domésticos.
Na mesma edição (página 27) há uma reportagem sobre o "mar de eucalipto" que substitui as lavouras brancas. São João do Paraíso, município "case", é tomada por 50% da área agricultável por eucaliptos.

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