sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Salam


Admiro Caio Blinder, jornalista do Manhattan Connection. O texto abaixo, escrito por ele, justifica esta admiração. Como neto de árabes (minha avó paterna era filha de sírio), é reconfortante perceber que a paz é possível entre palestinos e judeus. Vamos ao final do texto:
"O meu sonho de viver em Israel acabou ali, naquela viagem em 1976, mas não a lealdade sionista. E verdade que existe um pouco da culpa, tão judaica, por ter abandonado a causa, mas tantos anos de militância não foram em vão. Carrego a convicção de que a cri­ação do Estado de Israel é um inquestionável direito do povo judeu e um ato de justiça histórica. Na minha formação sionista juvenil houve uma falha que só o tempo consertou. Os palestinos eram invisíveis. Hoje o problema moral está resolvido na minha cabeça. No conflito entre Israel e os palestinos, é o certo lutando contra o certo. Como não existe drama moral, a questão para ser resolvida é política. A solução é complicadíssima, exigindo mais do que uma partição salomônica.
O sionismo é uma história épica, uma das grandes revoluções do século XX. Para mim é visceral. Foi no movimento que fiz os melhores amigos. Estaremos juntos para sempre, nenhum de nós vivendo em Israel. Do sionismo socialista herdei um certo desprezo pelo individualismo e uma capacidade de ficar indignado com as injustiças da vida. É possível chegar aí por outros caminhos. Este foi o meu. Tenho um pedaço do kibutz dentro de mim."

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